Quando, afinal de contas, a Universidade Estadual de Goiás será uma instituição grande? Quando a UEG poderá realmente ser chamada de Universidade? Quando os goianos poderão ter orgulho da UEG?
A primeira resposta a estas perguntas é: quando a UEG realmente superar a horrososa condição de uma instituição de ensino superior que têm mais professores temporários do que efetivos. A resposta pode ser interpretada como a solução final, mas não é. No mínimo, uma que uma universidade deve ter é um quadro próprio de professores e pesquisadores dedicados à instituição.
Ouço a voz desesperada de estudantes que tentam estudar e não têm professores. Na Arquitetura, estão sem perspectivas de uma formatura ao final do ano.
O jornal O Popular ((30/04/13) relata uma situação terrível para a UEG. Em resumo:
- – Aos problemas de estrutura;
- – Excesso de servidores temporários;
- – Falta de professores;
- – Curso de Arquitetura está com déficit de 12 professores;
- – No curso de Engenharia Civil os laboratórios estão fechados por falta de técnicos administrativos.
- – Estão paradas duas unidades de Anápolis, uma de Goiânia, a da cidade de Goiás e a de Santa Helena.
- – A UEG tem atualmente 2.133 professores em seu quadro; 1.317 professores temporários, o que corresponde a 61,74% do total
- – A rotatividade de professores por causa dos salários;
- – Falta de concurso público – o último ocorreu em 2010, após dez anos de criação da UEG;
- – Previsão do concurso público para este ano com 250 vagas para professores, mas as contratações não suprem a demanda da instituição.
- – Desinteresse de professores por causa dos salários: um professor especialista de tempo integral na UEG recebe cerca de R$ 1.827.
Nenhum político tem o direito de afirmar que a UEG é uma grande instituição. E isso não é uma crítica ao corpo atual de professores, diretores e estudantes.
É uma dura crítica à incompetência dos que prometeram uma UNIVERSIDADE DE VERDADE, mas mantém uma UNIVERSIDADE DE MENTIRA.
Que Universidade é esse que paga R$1.827,00 de salário a professores. O valor é mais baixo do que é pago aos professores da rede estadual. É menos que a metade do piso básico de policiais civis e militares.
Que palavra pode definir melhor esta situação: um absurdo.
Altair Tavares
Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .