Qual foi o significado político da manifestação dos jovens no centro de Goiânia, convocados para um evento denominado #Foramarconi? Não tenho dúvidas de que a manifestação apresentou um novo paradigma para análise.
Afinal, para onde vai este movimento? Qual a possiblidade de uma ação coletiva que não tem participação de partidos políticos, ou experientes lideranças?
Talvez aí esteja a nova realidade.
Observei que, num cartaz, um jovem explicava que o movimento #ForaMarconi é apartidário. Aliás, na primeira manifestação foi negado o discurso aos “representantes de partidos”.
Que tipo de cidadão é esse que nega os políticos e faz disso uma bandeira?
Antes de mais nada, que negar a liderança de um político é uma ação política.
O fenômeno sócio-político do dia 14 de abril também deve ser analisado pelo poder mobilizatório de uma bandeira hasteada nas redes sociais.
Nesta linha, o resultado foi impressionante. Polêmicas à parte, mais de 3 mil pessoas compareceram à convocação. Uns falaram de 5 mil. Outros até mais. Nenhuma manifestação de professores do Estado de Goiás, na greve recente, conseguiu reunir tantas pessoas.
A quantidade, para a análise, é relevante, mas o que foi dito alí, no calor de um sábado quente, merece atenção.
Em resumo, aquela juventude disse em alto e bom som que não tolera a corrupção. Se este movimento vai conseguir derrubar um governo, é uma dúvida.
Outras manifestações vem por aí. Talvez, até, acrescidas de novas pessoas motivadas por novas denúncias do caso Cachoeira.
Vamos observar.
Altair Tavares
Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .