29 de agosto de 2024
Publicado em • atualizado em 27/09/2014 às 20:06

Os erros da oposição

Os resultados obtidos até agora pela oposição, em Goiás, na disputa para governador estão abaixo do que foi conseguido na eleição de 2010 e remete à disputa de 2002. Naquele ano, Maguito Vilela (PMDB) foi derrotado por Marconi Perillo (PSDB), que tentava, e conseguiu, a reeleição. Faltam poucos dias para o primeiro turno, o resultado ainda será conhecido, mas a reflexão da oposição já se faz necessária.

O principal partido oposicionista tinha Vanderlan Cardoso como candidato em 2011 ( Ele desfiliou-se no mesmo ano), em 2012 Iris Rezende era considerado candidato, em 2013 filiou Júnior Friboi que tentou a candidatura até junho de 2014.  Ou seja, o PMDB escolheu Iris Rezende depois de uma sucessão de dúvidas.

O PMDB passou mais de um ano em disputa interna violenta entre apoiadores de Júnior do Friboi e de Iris Rezende. Sim, o partido foi e está dividido desde então e o processo eleitoral não conseguiu unificar a sigla.

Uma das contribuições de Júnior Friboi para a política goiana, e para a história do PMDB foi, literalmente, “chutar”o PT para fora da aliança quando, ao final de 2013, partia para críticas contra Dilma Roussef e falava de aproximação com o DEM, dirigido por Ronaldo Caiado. Resultado: era exatamente isso que Antônio Gomide, que era prefeito de Anápolis, precisava para justificar a candidatura.

PT e PMDB não souberam, ou não quiseram, ou não conseguiram, formatar uma aliança. E é mérito dos dois partidos o fato de não conseguirem construir uma aliança da oposição contra o projeto de Marconi Perillo. O principal erro oposicionista: a desunião.

Enquanto a oposição pensava que Perillo estava derrotado em 2012, no auge da repercussão da Operação Monte Carlo e da Comissão Parlamentar de Inquérito que abordou o assunto, o peessedebista agia. O governador superou o pior momento da crise ao final do ano e partiu para o grande projeto: a reeleição.

Perillo planejou e executou as obras das estradas, contratou financiamentos que viabilizaram obras como viadutos em Goiânia, ampliou os serviços do Estado com o “governo itinerante” e criou as bases para reverter a imagem perdida em 2012. E ele torcia para a oposição errar com a desunião.

O presidente do PSDB regional, Paulo de Jesus, declarou em várias entrevistas que sentia-se feliz e satisfeito com o lançamentos de vários candidatos na disputa para governador entre os oposicionistas. Era, e é, o melhor cenário para Marconi viabilizar a reeleição.

A leitura do cenário político de Goiás agora, há poucos dias do primeiro, indicia que a oposição mais errou do que acertou. E o inverso, também, pois os marconistas mais acertaram do que erraram e as pesquisas confirmam isso. Só uma situação poderá inverter esta percepção: o resultado eleitoral. E é o que vamos conferir, no primeiro turno, no dia 5 de outubro.

Contagem regressiva: faltam apenas 8 dias para o primeiro turno.

Altair Tavares

Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .