A palavra revitalizar significa trazer vida nova. Nestas eleições alguns candidatos ao percorrerem as ruas do Centro de Goiânia, têm falado que pretendem revitalizar o espaço. Revitalizar não se trata apenas de fazer reformas em regiões pontuais, mas recuperar a importância histórica e devolvê-la ao goianiense.
Com o passar dos anos, Goiânia foi crescendo e se transformando. Centros comerciais foram se formando em outras regiões da cidade. Isso não é ruim, afinal a capital foi se descentralizando. A região central da cidade sofreu impacto desta transformação. Pedro Wilson, Iris Rezende e Paulo Garcia fizeram propostas para revitalização do Centro da capital, mas que as ideias pouco avançaram.
O ex-prefeito Pedro Wilson tentou implantar o projeto Cara Limpa, mas o projeto não avançou. Por outro lado, conseguiu reformar a Avenida Goiás, retirando vendedores ambulantes que ficavam nesta via e em outras partes do Centro, para a Avenida Paranaíba. Hoje um dos problemas na região do Mercado Aberto, é a falta de segurança, principalmente no período da noite.
Iris Rezende tentou criar um perímetro para fazer a Estação Digital, na região da antiga Estação Ferroviária que criaria atrativos para empresas de tecnologia, mas não implantou. Projetos estão parados.
Paulo Garcia revitalizou a Praça Cívica e promoveu projetos como: Domingo no Centro. A iniciativa da atual gestão visou reocupar o Centro. A iniciativa é válida, mas ainda falta estrutura e mais presença do Poder Público, principalmente na Praça Cívica, com atividades culturais.
Estas são algumas das propostas apresentadas pelos últimos prefeitos de Goiânia. Há pouca ligação entre elas, falta uma política de Estado para o Centro da capital. A primeira coisa que o próximo prefeito deve fazer é se preocupar com a preservação do nosso acervo particular em Art Decó.
Ano após ano, construções das mais antigas de Goiânia estão sendo derrubadas, servindo para diferentes interesses, menos o histórico. O goianiense vai se sentindo cada vez mais distante do centro, não se sente pertencente a ele. Um esquecimento vem sendo provocado e o Poder Público é omisso.
Basta lembrar da história do Primeiro Palácio de Goiânia, uma Amoreira que ficava na Rua 24, entre a Rua 3 e a Avenida Anhanguera. Embaixo daquela árvore foram realizados os primeiros despachos por Pedro Ludovico, fundador da cidade. Durante anos, ali ficava um bloco de concreto com uma placa, indicando a importância. Hoje a árvore foi derrubada. Não existe mais. Apenas um exemplo, de tantos que podemos destacar no Centro.
Virou apenas um espaço de comércio, que inclusive não está tão bem das pernas, basta caminhar para ver o número de lojas fechadas e em horários alternativos, fica em situação de abandono.
O próximo prefeito deve pensar numa política integrada para o Centro, e que seja permanente, preservando a história, criando atrativos para o comércio, atividades culturais que não abarquem apenas uma “meia dúzia” de pessoas e exclui parte da população. E que os projetos não sejam isolados e que não fiquem pela metade, levando o risco das futuras gerações saberem cada vez menos de um dos pontos de origem da cidade.