07 de agosto de 2024
Publicado em • atualizado em 16/07/2020 às 19:40

Oposição trabalha para reeleição de Iris

Prefeito fará pronunciamento nesta terça-feira (25). Foto: Prefeitura de Goiânia
Prefeito fará pronunciamento nesta terça-feira (25). Foto: Prefeitura de Goiânia

A pandemia do novo coronavírus provocou uma série de mudanças no calendário eleitoral. Não se trata de uma simples alteração na data de realização do pleito, passando de outubro para novembro, mas a reorganização de outros pontos do processo favorece o prefeito da capital, Iris Rezende (MDB) caso de fato seja candidato à reeleição.

Iris deu declarações importantes nesta semana. Ele emitiu opinião sobre a prorrogação dos mandatos de prefeito e vereador até 2022, unificando com as eleições gerais e ainda que pode participar das eleições deste ano se for extremamente necessário. O emedebista havia dito que o momento não é adequado para campanha política, pois não serão permitidas ações tradicionais como um contato mais direto com o eleitor.

O adiamento favorece Iris em alguns pontos, por exemplo, o Município tem condições de concluir obras que estão em fase final. Além de ganhar tempo até o período das convenções partidárias, que começa em 31 de agosto indo até 16 de setembro, Iris tira a pressão de ser candidato, pode continuar dizendo que ainda não é tempo de campanha, por mais que ela se aproxime.

Iris Rezende está com 86 anos de idade. Uma campanha de rua em moldes tradicionais seria mais difícil. As imposições sanitárias facilitam a tarefa. A campanha será curta, não se pode ter aglomerações, como reuniões, comícios, caminhadas, etc. A ação será virtual. Iris não tem necessidade de ser conhecido, o goianiense sabe quem ele é. Sabe dos defeitos da gestão e das virtudes.

O emedebista tem uma parte do eleitorado consolidado. Não há muito tempo para que os demais pré-candidatos sejam conhecidos do eleitor. Primeiro, o momento não favorece, por estarmos numa pandemia, e as ações serão limitadas, segundo pelo fato de o tempo ser curto. A tarefa da oposição seria de captar a atenção daqueles que rejeitam a administração municipal. Ser muito conhecido também traz desgastes. Mas a oposição como está, mais uma vez trabalha para eleger Iris Rezende.

Goiânia tem 15 pré-candidatos a prefeito da capital. Adriana Accorsi (PT), Alysson Lima (Solidariedade), Dra. Cristina (PL), Elias Vaz (PSB), Eduardo Prado (DC), Fábio Júnior (Unidade Popular-UP) Felizberto Tavares (Podemos), Francisco Júnior (PSD), Hemanuelle Jacob (PSOL), Major Araújo (PSL), Maria Ester (Rede), Paulinho Graus (PDT), Talles Barreto (PSDB), Virmondes Cruvinel (Cidadania) e Wilder Morais (PSC).

É direito dos partidos lançarem os seus nomes, isso é bom para a democracia. O eleitor tem várias opções. O discurso dos pré-candidatos é que pode haver uma união no segundo turno. Mas analisando de uma forma mais prática para este pleito, com muitos candidatos menos conhecidos, apesar de vários terem mandato e bom engajamento em redes sociais, com alguma estrutura de campanha, a atenção dos insatisfeitos a gestão ficará pulverizada, o que pode facilitar para uma nova eleição de Iris. A oposição está trabalhando para isso.

A oposição em seus diferentes espectros, com união de alguns partidos e pré-candidatos poderia deixar a disputa numa condição diferente. A esquerda por exemplo, não consegue se unir. Os partidos mais radicais tem diferenças ideológicas, é o caso de PSOL, PCB, PSTU, a recém criada Unidade Popular e até mesmo a Rede.

Tradicionalmente esses partidos “incomodam” bastante as grandes candidaturas, com questionamentos que os políticos tradicionais não costumam responder no dia a dia, mas que fazem parte da vida da população. Mas para vencer uma eleição, não basta apenas incomodar, é preciso de votos e uma união poderia possibilitar uma estrutura maior. O PT poderia buscar apoio desses partidos, mas os erros cometidos nas gestões municipais e federais ainda são marcantes em muitos integrantes das outras legendas de esquerda.

Nove pré-candidatos são ou já foram vereadores de Goiânia, conhecem a cidade, estão em tom de crítica elevado, mas em descompasso político. Uma união de vários deles, poderia unificar o discurso de oposição e concentrar mais as intenções de voto daqueles que estão insatisfeitos com o prefeito da capital. No entanto, da forma como está a oposição bastante dividida, ela trabalha para mais uma eleição de Iris.