08 de agosto de 2024
Publicado em • atualizado em 12/02/2020 às 23:39

12 prefeitos goianos com prisão temporária na Operação Tarja Preta

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) começou a Operação Tarja Preta às 5 horas desta terça-feira (15) com o objetivo de desarticular uma organização criminosa que há mais de um ano atuava na venda fraudada, viciada, direcionada e superfaturada de medicamentos para vários municípios goianos. 12 prefeitos foram presos na operação.

Prefeitos presos

A lista das cidades nas quais os prefeitos foram presos temporariamente por indícios de participação na compra de medicamentos e insumos para a saúde foi divulgada pelo Ministério Público. As prisões foram autorizadas judicialmente em despacho do Desembargador Edison Miguel da Silva Júnior, em 2 de outubro passado.

São eles: Aragarças; Inaciolândia; Carmo do Rio Verde; Rialma; Uruana;  Corumbaíba; Cromínia; Perolândia; Aloândia; Araguapaz; Piranhas e Pires do Rio.

No caso de Pires do Rio, a prisão efetuada, na manhã desta terça, foi de Luiz Pitaluga (GUDE) que foi afastado do cargo pelo Tribunal Regional Eleitoral. Ele deixou o cargo na quarta, 9.

Em Goiânia, Aparecida de Goiânia e Senador Canedo, a operação executou prisões dos investigados, mas nenhum vinculado às prefeituras destes municípios. 

LISTA DE NOMES COM PRISÃO TEMPORÁRIA NA OPERAÇÃO TARJA PRETA – POR CIDADE

Residentes em Goiânia:

Edilberto César Borges;
– Milton Machado Maia;
– Vanderlei José Barbosa;
– Lucas Costa Fernandes;
– Domingos Amorim da Silva;
– Walter Lúcio Xavier;
– Joel Paulo de Lima;
– Cléber Vieira Cabral;
– Anderson Constant da Silva;
– Tomaz Edilson Felice Chayb;
– Mariana Pereira de Sá;

Aloândia:
Sinomar José do Carmo e Renato Batista da Silva.

Aragarças:
Aurélio Mauro Mendes; Emerson Ferreira Coelho Souza; Suelen Freire de Almeida.

Araguapaz:
Fausto Brito Luciano; Ronan Duarte Fontes; Luziane Ferreira Brito.

Carmo do Rio Verde:
Delson José Santos e Celsa Antônia de Oliveira Andrade.

Corumbaíba:
Romário Veira da Rocha.

Cromínia:
Marcos Roger Garcia reis e Paulo Caroline Silva Gomes.

Goianira:
Thyago Luis Ribeiro Marques.

Inaciolândia:
Zilmar Florêncio Alcântara e Valmir de Andrade Alves.

Indiara:
Vilmer Lopes Ribeiro.

Luziânia:
Israel Nascmento Rodrigues e Márcio Franklin Portela Mourão.

Matrinchã:
Rubens Galdino de Souza.

Perolândia:
Neldes Beraldo Costa e Maria Virgínia Silva Sampaio Leite.

Piranhas:
Otair Teodoro Leite.

Pires do Rio:
Luiz Eduardo Pitaluga Cunha.

Rialma:
Janduhy Diniz Vieira Filho.

Uruana:
Glimar Rodrigues do Prado e Nelson Fidélis Diniz Júnior.Empresas

O Procurador Geral de Justiça, Lauro Machado (foto), divulgou os nomes das empresas investigadas na Operação Tarja Preta. São elas: J. Medical; JR Lacerda Material Hospitalar; Maeve Produtos Hospitalares; Ideal Hospitalar; Única Dental; Pro-Hospital.

As empresas, segundo o Lauro Machado, lotearam o Estado de Goiás para o domínio do mercado. O processo teria iniciado no aliciamento dos políticos durante as campanhas eleitorais.

As compra de urgência eram forjadas para a aquisição de medicamentos e insumos para as secretarias de saúde dos municípios.

Os promotores do caso relataram que foi encontrado o caso de um município com 3.000 habitantes  que tinha medicamentos para abastecer uma cidade de 50 mil pessoas.

A investigação do Ministério Público, até o momento, apontou indícios da prática dos seguintes crimes pela organização criminosa: a) formação de quadrilha; b) formação de cartel; c) peculato; d) corrupção ativa e passiva; e) indevida dispensa e inexigibilidade de licitação; f) fraude à licitação; g) delito do inciso “V” do Decreto-lei nº 201/1967; h) falsificação de documentos públicos e privados; i) lavagem de dinheiro.

 

A Operação Tarja Preta buscou o cumprimento de 123 mandados em 20 municípios do Estado, sendo 38 mandados de prisão temporária, 37 mandados de condução coercitiva e 48 mandados de busca e apreensão. Entre os alvos estão prefeitos, secretários de saúde, empresários e advogados.

O Ministério Público não divulgou, e nem vai divulgar, os nomes dos investigados e as prisões efetuadas. É uma atitude de cautela por que todos ainda são investigados e não indiciados.

Em Caldas Novas, onde acontece um seminário sobre consórcios de saúde, foram feitas prisões temporárias de secretários de saúde. É o caso de Goianira, onde o secretário Tiago Marques foi preso. 

Os órgão do MP-GO que coordenam a operação são a Procuradoria-Geral de Justiça, Procuradoria de Justiça Especializada na Promoção de Ação Penal contra Prefeito Municipal, Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e Centro de Segurança Institucional e Inteligência (CSI).

Participaram da operação, 70 promotores de Justiça e 386 policiais militares da PM de Goiás e do Mato Grosso.

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Onde começou

A Operação Tarja Preta começou com a denúncia de um ex-sócio de uma empresa de comercialização de produtos hospitalares que sentia-se prejudicado pela movimentação do negócio.

Altair Tavares

Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .