19 de novembro de 2024
Publicado em • atualizado em 25/02/2014 às 16:22

Operação Contramão. Funcionário do Detran liberava irregularmente CNHs

Durante as análises, Detran e Ministério Público de Goiás identificaram que CNHS eram vendidas num valor entre 500 e 4500 reais.

525 procedimentos analisados desde o ano de 2011 foram considerados irregulares.

Segundo as investigações, um gerente efetivo da área de exames do DETRAN era o responsável pelas fraudes.

Ele aliciava pessoas que tinham dificuldades em passar na prova prática ou que não queriam ser submetidas ao exame. Este funcionário tinha a senha para alterar o sistema de emissão de CNHs.

Num exame convencional, a banca responsável é da UEG, mas em casos em que o candidato é portador de necessidades especiais, a avaliação é feita pelo funcionário do DETRAN e por dois do Conselho Estadual de Trânsito (CETRAN).

Para liberar a CNH, o funcionário do DETRAN tinha autorização para tal competência.

 Ele com a conivência dos funcionários do CETRAN alterava o sistema convencional para o específico de portadores de necessidades especiais e liberava o documento.

 Dos 525 processos irregulares: 195 foram mudanças de sistema e outros 330 são portadores de necessidades especiais que não fizeram prova.

De acordo com o gerente de fiscalização e segurança do DETRAN, tenente coronel da PM, Márcio Vicente da Silva, o esquema também tinha a participação de instrutores e sócios de Centros de Formação de Condutores.

Foram cumpridos 22 mandados de prisão temporária nos municípios de Goiânia, Anápolis, Senador Canedo, Trindade e Abadia de Goiás.

Foram presos no total: um funcionário do DETRAN, dois do CETRAN e 18 de Centros de Formação de Condutores.

O promotor do Ministério Público, Luiz Guilherme afirma que os depoentes estão informando que foram intimidados por representantes dos Centros de Formação de Condutores para não contar nada.

Segundo o Ministério Público, 32 Centros estão envolvidos na Fraude. Quanto aos servidores, todos são efetivos. Eles foram afastados e foi instaurado procedimento disciplinar.

Servidores públicos e representantes dos Centros de Condutores podem responder pelos crimes de corrupção ativa, falsidade ideológica e formação de quadrilha.

Quem comprou as carteiras, além de perder a habilitação, também responderá processo criminal.