Durante as análises, Detran e Ministério Público de Goiás identificaram que CNHS eram vendidas num valor entre 500 e 4500 reais.
525 procedimentos analisados desde o ano de 2011 foram considerados irregulares.
Segundo as investigações, um gerente efetivo da área de exames do DETRAN era o responsável pelas fraudes.
Ele aliciava pessoas que tinham dificuldades em passar na prova prática ou que não queriam ser submetidas ao exame. Este funcionário tinha a senha para alterar o sistema de emissão de CNHs.
Num exame convencional, a banca responsável é da UEG, mas em casos em que o candidato é portador de necessidades especiais, a avaliação é feita pelo funcionário do DETRAN e por dois do Conselho Estadual de Trânsito (CETRAN).
Para liberar a CNH, o funcionário do DETRAN tinha autorização para tal competência.
Ele com a conivência dos funcionários do CETRAN alterava o sistema convencional para o específico de portadores de necessidades especiais e liberava o documento.
Dos 525 processos irregulares: 195 foram mudanças de sistema e outros 330 são portadores de necessidades especiais que não fizeram prova.
De acordo com o gerente de fiscalização e segurança do DETRAN, tenente coronel da PM, Márcio Vicente da Silva, o esquema também tinha a participação de instrutores e sócios de Centros de Formação de Condutores.
Foram cumpridos 22 mandados de prisão temporária nos municípios de Goiânia, Anápolis, Senador Canedo, Trindade e Abadia de Goiás.
Foram presos no total: um funcionário do DETRAN, dois do CETRAN e 18 de Centros de Formação de Condutores.
O promotor do Ministério Público, Luiz Guilherme afirma que os depoentes estão informando que foram intimidados por representantes dos Centros de Formação de Condutores para não contar nada.
Segundo o Ministério Público, 32 Centros estão envolvidos na Fraude. Quanto aos servidores, todos são efetivos. Eles foram afastados e foi instaurado procedimento disciplinar.
Servidores públicos e representantes dos Centros de Condutores podem responder pelos crimes de corrupção ativa, falsidade ideológica e formação de quadrilha.
Quem comprou as carteiras, além de perder a habilitação, também responderá processo criminal.