Alvo de críticas de outros concorrentes à presidência da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Goiás (OAB-GO), o advogado Rafael Lara Martins, candidato que trás consigo o apoio do atual presidente Lúcio Flávio de Paiva, destaca que apesar de ter uma entidade fechada por força dos decretos durante a pandemia o que se viu foram a ampliação dos serviços digitais possibilitando acessibilidade para qualquer advogado “no estado de Goiás ou fora do país”. Para além delas, Lara também destacou propostas que pretende implementar caso eleito, amplificar a transparência e as linhas democráticas da entidade. Você pode assistir toda a entrevista na íntegra ao final desta matéria.
Lara foi o quinto e último entrevistado da série de videoconferências com os pré-candidatos que o Diário de Goiás promoveu ao longo dos últimos dias. Na visão de alguns oposicionistas, ao fechar as portas a OAB abandonou o advogado. “Eu vejo que foi exatamente o contrário. Na verdade, se fisicamente a Ordem estava fechada, ela se tornou acessível pelo ambiente virtual e eletrônico para absolutamente todo e qualquer advogado no estado de Goiás ou fora do país”, destaca.
A criação de um whatsapp exclusivo para expedição de alvarás também foi algo que Lara pontuou ser um avanço neste período pandêmico. “A Ordem colaborou com a expedição de quase 3 mil alvarás para advocacia que de dentro da sua casa, devidamente isolados, observando todas as regras sanitárias necessárias para o auge do momento de cuidados que a gente tinha, ele poderia provocar a Ordem e a Ordem trabalhar junto com o Tribunal de Justiça em prol da advocacia.”
OAB mais democrática e transparente
Lara também quer aumentar a democracia e transparência na Ordem e para isso, pretende criar um programa semanal, por meio de video-conferência nas redes sociais com chat aberto para a participação dos colegas filiados a entidade. “Para a advocacia entrar e falar, fazer suas críticas, elogios, apresentar suas demandas, e não há nada mais democrático que isso. Uma live de cara aberta, na internet para quem quiser estar presente, um chat liberado com democracia e transparência para que realmente a gente possa estar realmente próximo da advocacia”, pontua.
Se há risco de ataques ou críticas, Lara mantém a proposta e diz não ver problema. “Eu tradicionalmente toda essa caminhada que a gente vai fazendo nesse movimento de compromisso com a advocacia, eu tenho dito sempre, que para mim não existe proíbido, difícil e eu prezo muito pela transparência. Se o risco da transparência e da democracia forem ataques e problemas que deveremos lidar com eles, prefiro lidar com eles do que abrir mão da transparência e da democracia”, pondera.
Até a segunda quinzena de outubro, muita coisa pode acontecer
Lara avalia que não surpreende o número de pré-candidatos que almejam concorrer à presidência da OAB-GO. Afinal das contas, houve um crescimento substancial no número de filiados. “Acho legítimo que todos os candidatos coloquem seu nome à disposição da advocacia para uma eleição de presidência da Ordem. Não é a primeira vez que teremos uma eleição com muitos candidatos. Em 2009, tivemos quatro candidatos disputando a eleição. Em 2018, tivemos três candidatos e hoje com o crescimento substancioso da advocacia de Goiás a gente encontra cinco grandes advogados que estão colocando seu nome à disposição. Não tenho condições de dizer se são mais cinco candidaturas em dizer se isso é bom ou ruim, mas eu tenho certeza que quanto mais democrática e transparente for o processo eleitoral da Ordem, ganha a advocacia e todos nós.”
Lara também deixa aberta sua chapa para que receba apoio de outra pré-candidatura mas não faz previsões neste sentido. “Até meados da segunda quinzena de outubro pode acontecer absolutamente qualquer coisa para registro de chapa”, avalia. “Ansiamos sim, que, não apenas os pré-candidatos lançados, enquanto cabeças de chapa, mas todos aqueles que querem somar na construção democrática da advocacia possam encontrar espaço conosco e vir a somar. São todos muito bem vindos. É dífcil dizer se haverá apoios de um candidato ou outro, mas podemos ter ao final das contas uma eleição com dois candidatos ou até uma nova pré-candidatura, quem sabe seis pré-candidatos, tudo é possível”, concluí.
VEJA OUTROS TRECHOS DA ENTREVISTA:
BALANÇO DA GESTÃO LÚCIO FLÁVIO
A gestão do presidente Lúcio Flávio sempre foi muito exitosa e que possibilitou todo mundo trabalhar com bastante afinco e construir coletivamente, tudo aquilo que a gente acreditava. Sempre o bem e a favor da advocacia. Naturalmente, em razão disso, surgiram diversos amigos advogados e advogadas com condições de serem pré-candidatos a presidente da OAB em decorrência dos serviços prestados e boa trajetória e gestão que o presidente Lúcio Flávio tem feito à frente da OAB-GO. A medida que isso avançou, chegou-se a conclusão que aquele trabalho que a gente vem fazendo à frente da Escola Superior de Advocacia, as nossas ideias de momento específico e especial, do que a OAB está passando agora, talvez um dos momentos mais difíceis do ponto de vista de profissão e mercado de trabalho. Principalmente com a grande quantidade de jovens advogados com advogados de todas as faixas etárias que estão vivendo, em decorrência de valorização de honorários, entre outras tantas pautas, o grupo chegou à conclusão que a construção desse futuro passava sobre a nossa liderança dentro do grupo e para toda a advocacia. Isso foi construído de forma muito sólida e dia após dia, até quando chegamos a esse consenso.
DESAFIOS DA PRÓXIMA GESTÃO
Eu acho que cada momento traz desafios diferentes. Eu não tenho a menor dúvida que em 2015 a gente infelizmente, na pauta do dia das eleições da OAB, não apenas por essa dívida de 23 milhões de reais, mas também por um abandono administrativo. Deixar as subseções, as estruturas físicas, salas de ordem em condições vergonhosa. A verdade é essa. A Escola Superior de Advocacia que deixava a desejar na execução dos serviços. Uma Ordem desprestigiada. Se em 2015 a pauta era a OAB que a gente chega em 2021 para falar de advocacia, eu tenho certeza que além do tempo e do momento, demonstra-se que tivemos uma excelente gestão do presidente Lúcio Flávio e todo o grupo frente a Ordem. Não seria possível deixar de colocar a OAB e a advocacia em ordem se a Ordem não estivesse em ordem. Isso nos orgulha, incentiva e aumenta a responsabilidade desse momento que a gente vive. Hoje, a gente tem sim, como os grandes pilares de debate: o mercado de trabalho e para falar disso falamos sobre a valorização de honorários, da jovem advocacia, das custas judiciais, das prerrogativas como uma das principais pautas. A advocacia dativa é sempre presente para o interior do estado.
OAB MAIS PRÓXIMA
Nos últimos seis anos, podemos vivenciar e presenciar uma mudança significativa da presença e proximidade da OAB Goiás junto a advocacia. Quando assumimos a Ordem, a regra era uma OAB distante que para participar das comissões era preciso conhecer, ser amigo e indicado de alguém. Na nossa gestão, tivemos o acesso democrático como nunca houve na história. O colega advogado que quer fazer parte de uma Comissão, sem sair de casa, ele pode entrar no site da Ordem e solicitar sua inscrição como membro daquela Comissão e tão logo que faça isso, fazer parte das reuniões e estar junto da advocacia. Isso fez com que a OAB chegasse mais próximo daqueles que querem se aproximar da OAB. Mas eu não tenho dúvidas que a gente precisa pensar em melhorar e avançar ainda mais. Temos uma realidade da advocacia hoje em Goiás que ultrapassamos os 40 mil inscritos. Pensámos, três ou quatro eleições atrás tínhamos menos da metade deste número. Então falar sobre proximidade com 20 mil, 10 mil ou 40, 45 mil advogados são desafios construídos cada vez mais, não apenas aqui em Goiás mas no Brasil inteiro e eu acredito nessa proximidade da advocacia pelos meios de comunicação.