14 de setembro de 2024
Publicado em • atualizado em 20/08/2016 às 23:05

O vexame que não aconteceu na Olimpíada

Abertura da Olimpíada 2016 no Brasil (Foto Roberto Castro)
Abertura da Olimpíada 2016 no Brasil (Foto Roberto Castro)

Antes das Olímpiadas no Brasil, havia um clima de desastre que aconteceria na realização do evento. Pesquisas mostravam que o evento traria mais prejuízos do que benefícios para cerca de 60% dos brasileiros consultados, em levantamento realizado pelo Ibope. Ao término do evento, o que fica é bem diferente do caos que foi previsto para o evento.

O trabalho para a organização do evento com forte apoio da estrutura pública – Governo Federal e Cidade do Rio de Janeiro, principalmente – foi exaustivo e dava a impressão de que não seriam cumpridas exigências quanto a obras. Apesar do término em cima da hora, do alto custo, o que ficou para o mundo, em termos de imagem, é positivo.

A primeira Olimpíada da América Latina precisou recursos públicos e privados para as obras e que criam um legado importante para a “cidade maravilhosa”. Posteriormente, com dados mais precisos poderá ser confirmada a informação divulgada antes da realização sobre o custo do evento. Informações indicam que o custo da Olimpíada no Rio de Janeiro teve custo menor – e menos estouro no orçamento – do que a de Londres e do que os jogos de inverno de Sochi.

O evento apresentou problemas, claro que sim. Mas, a imagem positiva superou o que apareceu de negativo. A presença do público poderia ser maior se a crise econômica não tivesse pegado os brasileiros no meio do caminho. Até em países de primeiro mundo há estádios com eventos com limitação de público e isso não é novidade.

O mau humor dos brasileiros para a Olimpíada foi alimentada por uma cobertura com centro maior nos aspectos negativos do que positivos, ou seja, o enquadramento foi para o pior e não para o melhor. Durante o evento, com outro tipo de cobertura sobre as competições, tiveram que se render.

Do evento, ficará a vaia ao presidente interino, Michel Temer (PMDB), na abertura realizada no Maracanã. Mas, também ficará a bela imagem sobre preservação do meio ambiente e sustentabilidade que a Olimpíada procurou proporcionar. Ficará uma injustiça: Os governos de Dilma Roussef (PT) e Luís Inácio Lula da Silva (PT) fizeram a quase totalidade do que era necessário para conquistar e realizar o evento, mas foram esquecidos, propositalmente.

Com a realização da Copa do Mundo e da Olimpíada, o país pode aprender muito com o planejamento, a legislação e a definição e execução de prioridades. E, pode enfatizar que o Brasil não é um país pequeno com “complexo de vira-latas”. O país pode superar seus erros, enfatizar seus acertos e construir uma imagem melhor para o mundo. Uma Olimpíada não pode fazer tudo, mas é um passo. 

Altair Tavares

Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .