Antes das Olímpiadas no Brasil, havia um clima de desastre que aconteceria na realização do evento. Pesquisas mostravam que o evento traria mais prejuízos do que benefícios para cerca de 60% dos brasileiros consultados, em levantamento realizado pelo Ibope. Ao término do evento, o que fica é bem diferente do caos que foi previsto para o evento.
O trabalho para a organização do evento com forte apoio da estrutura pública – Governo Federal e Cidade do Rio de Janeiro, principalmente – foi exaustivo e dava a impressão de que não seriam cumpridas exigências quanto a obras. Apesar do término em cima da hora, do alto custo, o que ficou para o mundo, em termos de imagem, é positivo.
A primeira Olimpíada da América Latina precisou recursos públicos e privados para as obras e que criam um legado importante para a “cidade maravilhosa”. Posteriormente, com dados mais precisos poderá ser confirmada a informação divulgada antes da realização sobre o custo do evento. Informações indicam que o custo da Olimpíada no Rio de Janeiro teve custo menor – e menos estouro no orçamento – do que a de Londres e do que os jogos de inverno de Sochi.
O evento apresentou problemas, claro que sim. Mas, a imagem positiva superou o que apareceu de negativo. A presença do público poderia ser maior se a crise econômica não tivesse pegado os brasileiros no meio do caminho. Até em países de primeiro mundo há estádios com eventos com limitação de público e isso não é novidade.
O mau humor dos brasileiros para a Olimpíada foi alimentada por uma cobertura com centro maior nos aspectos negativos do que positivos, ou seja, o enquadramento foi para o pior e não para o melhor. Durante o evento, com outro tipo de cobertura sobre as competições, tiveram que se render.
Do evento, ficará a vaia ao presidente interino, Michel Temer (PMDB), na abertura realizada no Maracanã. Mas, também ficará a bela imagem sobre preservação do meio ambiente e sustentabilidade que a Olimpíada procurou proporcionar. Ficará uma injustiça: Os governos de Dilma Roussef (PT) e Luís Inácio Lula da Silva (PT) fizeram a quase totalidade do que era necessário para conquistar e realizar o evento, mas foram esquecidos, propositalmente.
Com a realização da Copa do Mundo e da Olimpíada, o país pode aprender muito com o planejamento, a legislação e a definição e execução de prioridades. E, pode enfatizar que o Brasil não é um país pequeno com “complexo de vira-latas”. O país pode superar seus erros, enfatizar seus acertos e construir uma imagem melhor para o mundo. Uma Olimpíada não pode fazer tudo, mas é um passo.
Altair Tavares
Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .