Há bons nomes na disputa pelas prefeituras. Pra mim, este é o princípio. Tem nome que vamos descobrir que é bom só depois de eleito. E aqueles que despontarão pelo tipo de campanha que vão fazer, embora percam. Esta é a lei natural da política. E sempre há esperança de quem torce para que o País melhore com o tempo a sua representação.
Que saia da piada pronta atribuída a Ulysses Guimarães na sequência ao comentário de um parlamentar, que disse ser o Congresso da vez o pior da história. “É porque você não viu o próximo.” O próximo, que seja melhor. Os próximos prefeitos, que sejam mais qualificados. Os próximos votos, que levem às urnas um eleitor mais consciente.
A falta de liderança é assunto corrente hoje. Falta de quem lidere com a cabeça e o coração, e não com o fígado. Falta de quem seja inspirador. Por muitos anos, tivemos uma polarização política estabelecida em Goiás: Iris Rezende com o MDB de um lado, Marconi Perillo com PSDB e legendas aliadas (a ocasião faz o comandante, às vezes) de outro.
Ronaldo Caiado, eleito e reeleito governador, sempre foi um representante político de força. Maguito Vilela, um quase-líder. Quem mais se destacou? Neste momento de vácuo no Estado, com o fim da velha guarda política e o espaço aberto para o novo, o que temos: o velho se foi, mas o novo não chegou. Quem se destaca com consistência?
Dá-se a isso a definição que quiser. Eu vejo oportunidade para quem ambiciona liderar o Estado. Porém, isso não é conquistado com discurso vazio, atos frouxos ou eventuais mandatos, mesmo que eles tenham o seu bojo perspectiva de poder ou estrutura de monta. Liderar é mais que sonhar sem noção da própria realidade – inclusive para modificá-la, moldá-la, adaptá-la aos novos tempos – e ter caixa.
Dinheiro e desejo de ser rei não garante reinado a ninguém. Nos próximos anos, teremos no País e em Goiás o estabelecimento de uma nova era, que já começou. E não existe espaço vago em política. Se os bons não tomarem o poder, seremos liderados pelos ruins – ou por maldosos. A oportunidade está aberta a todos, evidente. Aos políticos, independente do caráter, infelizmente; aos eleitores, por igual razão.
O poder que temos para hoje está provisoriamente ocupado. Mas o poder que permanece, este está lá, esperando o líder que o mereça de alguma forma. Que seja conquistado, mais do que votado.
Vassil Oliveira
Jornalista. Escritor. Consultor político e de comunicação. Foi diretor de Redação na Tribuna do Planalto, editor de política em O Popular, apresentador e comentarista na Rádio Sagres 730 e presidente da agência Brasil Central (ABC), do governo de Goiás. Comandou a Comunicação de Goiânia (GO) e de Campo Grande (MS).