O que há de novo na pré-campanha para a Prefeitura de Goiânia? Muita coisa, que na prática mudam pouquíssima coisa, por enquanto. Vamos lá:
- Na base do governador Ronaldo Caiado (União Brasil), Jânio Darrot (MDB) começa a ter cara e a tomar jeito de pré-candidato do grupo. Sua agenda de contatos com lideranças governistas está mais intensa. E o estranhamento inicial com Bruno Peixoto, pré-candidato que desistiu, foi repentinamente substituído por uma cumplicidade que já os fazem se tratar por irmãos. Bonito de se ver. Caiado continua distante, envolvido com sua própria pré-candidatura a presidente da República, mas, pelo menos, o fogo amigo interno foi apagado. O que falta: Jânio empolgar essa mesma base e deslanchar. Por ora, falta-lhe perspectiva de vitória.
- Ao contrário da base caiadista, o bolsonarismo do senador Wilder Morais tem se mostrado empolgado com Gustavo Gayer (PL). A ponto de se admitir inclusive uma revisão no tom e em pontos do discurso do deputado federal para abrir caminho para conversações com possíveis aliados. Sim, enfim o entendimento de que um Gayer sozinho não vencerá eleição. Tema de abordagens aqui, como esta: Wilder Morais, Gustavo Gayer e Ronaldo Caiado: ensaio geral.
- Vanderlan Cardoso (PSD) tem dado declarações que não deixam dúvida mais de que será candidato. Mal está se aguentando em admitir. Prometeu fazer isso nesta primeira quinzena de março. Continuam fortes, porém, os boatos de que pode assumir um Ministério de Lula e compor com a candidata do PT em Goiânia, Adriana Accorsi. Em entrevista ao DG, ele negou.
- A petista Adriana Accorsi se movimenta, porém pouco. Admite conversas com Vanderlan e aposta em sucesso nas tratativas, ainda que ele diga o contrário. Não avançou em alianças nem com estruturação de sua pré-candidatura. Leva tudo no peito e no nome.
- O prefeito Rogério Cruz (Republicanos) diz que é candidato à reeleição. E só. Nada além de suas próprias declarações faz com que se vislumbre uma candidatura à vista e, principalmente, uma candidatura viável.
- O PSDB lançou, no final de semana, a pré-candidatura do jornalista Matheus Ribeiro. Pouca gente no evento e pouco barulho para um partido que tem a pretensão de voltar a ter força em Goiânia, em Goiás e no Brasil sob a liderança do ex-governador e agora presidente nacional da legenda Marconi Perillo. Com um candidato novo, o discurso, entretanto, é o do velho tempo novo. Mais um nome no jogo, até agora, é basicamente sozinho em termos de aliança.
- O MDB do vice-governador Daniel Vilela, do presidente estadual e, desde já, pré-candidato à reeleição para governador em 2026 – Caiado garante que renuncia em abril -, não tem nome para encabeçar chapa e abriu disputa interna para indicação do vice de Jânio Darrot. Enquanto isso, procura firmar um cinturão de proteção e articulação em torno do próprio Darrot.
- Além da especulação sobre uma eventual ida de Vanderlan para um ministério e sua saída da disputa na Capital goiana, outras notícias não notícias, já que circulam nos bastidores e sem documento de comprovação de veracidade: a) Republicanos e PSD conversam em Goiânia porque estariam conversando em Brasília sobre apoio do partido do senador à eleição do presidente nacional republicano para a eleição da Mesa da Câmara dos Deputados ano que vem; b) Caiado e Wilder dialogam podendo o governador trocar seu apoio agora pelo apoio do PL à sua candidatura a presidente, e é ai que se abre a visão alimentada de apoio a Wilder prefeito, que por ora não sai da especulação; c) Caiado reserva a vice de Jânio, que iria para o seu UB, ao MDB, mas também, quem sabe, a um bolsonarista que não seja Gayer – e nessa aí todos colocando fé que Gayer desistiria de ser cabeça de chapa.
- A pergunta que corre: há espaço para mais alguma novidade, um nome que surpreenda entrando no jogo ou arrumação de acordos e alianças que saia dessa configuração desenhada?
- Caiado, Bolsonaro e Lula: qual deles será o melhor cabo eleitoral nas eleições de Goiânia?
- O eleitor goianiense sabe que a disputa pelo seu voto e pelo comando da sua cidade já começou?
Vassil Oliveira
Jornalista. Escritor. Consultor político e de comunicação. Foi diretor de Redação na Tribuna do Planalto, editor de política em O Popular, apresentador e comentarista na Rádio Sagres 730 e presidente da agência Brasil Central (ABC), do governo de Goiás. Comandou a Comunicação de Goiânia (GO) e de Campo Grande (MS).