13 de setembro de 2024
Publicado em • atualizado em 13/05/2016 às 21:09

O número um do governo

Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. (Foto: Agência Brasil)
Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. (Foto: Agência Brasil)

O conjunto do ministério do presidente interino, Michel Temer, é “mais do mesmo” na escolha de políticos de carreira e de figurinhas carimbadas da política. Além disso, com direito a reprise, no caso da nomeação de ministros que estavam, recentemente, no governo de Dilma Roussef (Ex. Gilberto Kassab; Henrique Alves; Elizeu Padrilha). Nem as novidades do DEM e do PSDB escaparam da avaliação. É um ministério de políticos experientes, ou de “raposas”conhecedoras dos difíceis bastidores da política.

O principal personagem do ministério, também experiente, é Henrique Meirelles (PSD), que ocupou a presidência do Banco Central nos governos de Luís Inácio Lula da Silva. Exceto ele, o ministério pouco agrega na confiança necessária para a retomada do desenvolvimento. Só o nome dele cria o clima esperado por investidores, pelo mercado, pelos empresários e pelo capital internacional. Meirelles é o cara.

A necessidade política do governo de Michel Temer é, num curto prazo, recuperar a economia brasileira e, com isso, conquistar credibilidade junto à opinião pública. Assim, poderá consolidar a ultrapassagem de um “governo interino” para um governo definitivo com exercício do mandato até o final de 2018.

O exercício do poder é caminho de desgaste, dependendo do ambiente, mas, também proporciona condições de consolidação de projetos. A oportunidade de Henrique Meirelles, agora, no cargo de Ministério da Fazenda, que tem características mais políticas do que presidente do Banco Central, é traçar o mesmo caminho que Fernando Henrique Cardoso cumpriu quando ocupou o mesmo cargo no ministério de Itamar Franco.

O próximo passo de Meirelles, então: A presidência da República. Se reprimir a crise e estabelecer os caminhos da recuperação econômica, a inclusão do nome dele como candidato a presidente será inevitável. E, bastante conveniente para a aliança PMDB/DEM/PSDB/PSD/PTB e outros. De um grupo que não tem nenhum nome mais viável e, seguramente, viável, pode residir em Meirelles a figura de um nome para enfrentar Luís Inácio Lula da Silva em 2018.

No entanto, o resultado econômico pode construir a candidatura dele e as pretensões de outros aliados com os quais Meirelles terá que tratar, dentro do governo. Nem esquentou a cadeira direito e a sucessão de Michel Temer já entra na agenda da nova aliança partidária. A política é assim: termina uma eleição (no caso, via impeachment), começa a disputa pela outra.