Perde feio nesta eleição a velha estratégia de desqualificar adversários.
Ela não elege, ela derrota.
Nos últimos meses mostrou-se capaz de funcionar justamente ao contrário, abrindo caminho para despontar o novo para a disputa de 2014 e reabilitar o velho, renovando-o.
Veja o caso do ex-governador Iris Rezende (PMDB). Na disputa em Goiânia, foi comparado pelos inimigos a Ayrton Senna e alçado a referência de qualidade como administrador, no momento em que quiseram criticar o prefeito Paulo Garcia (PT) como alguém que não faz asfalto com a qualidade do peemedebista.
Veja outro caso: o governador Marconi Perillo (PSDB). Nos últimos meses e anos, a estratégia batida e rebatida foi criticar o governo anterior, processar todos que discordavam do governo, pressionar donos de veículos para controlar a linha editorial, e atacar jornalistas e formadores de opinião partindo-se do pressuposto de quem estes fazem política – e, portanto, são o mal a ser combatido – enquanto os defensores do governador fazem jornalismo – são o bem. O resultado: a imagem de Marconi nunca esteve tão baixa, tão ruim, tão desqualificada.
O marketing do negativo produz vítimas, e elas nunca são seus profetas: são aqueles que deveriam proteger e promover.
O marketing do negativo fez de Marconi um político medíocre dominado pela raiva e a falta de rumo, e de Iris um mito estabelecido.
O marketing do negativo, que tentou sepultar o ex-governador Alcides Rodrigues, o reabilitou pelas virtudes do homem em contraponto ao outro, que o sucedeu, e pela qualidade do administrador, pois como desmerecer o governo anterior diante dos resultados do atual?
Os profetas do marketing negativo estão vivos e vão muito bem, estabelecidos para o resto dos seus dias. O que vai mal é aquele a quem serviram. Mas aí é problema dele.
Com o mal nas veias, por que iriam desejar o bem a quem quer que seja senão a eles mesmos?
Falta a Marconi quem o ligue no positivo. O negativo está destruindo sua trajetória e escrevendo uma triste história sobre seu legado.
Vassil Oliveira
Jornalista. Escritor. Consultor político e de comunicação. Foi diretor de Redação na Tribuna do Planalto, editor de política em O Popular, apresentador e comentarista na Rádio Sagres 730 e presidente da agência Brasil Central (ABC), do governo de Goiás. Comandou a Comunicação de Goiânia (GO) e de Campo Grande (MS).