30 de agosto de 2024
Publicado em • atualizado em 18/12/2018 às 19:06

O guru de Bolsonaro

Olavo de Carvalho ao estilo Malboro Man nos EUA (Foto Mauro Ventura, flicker Olavo Carvalho)
Olavo de Carvalho ao estilo Malboro Man nos EUA (Foto Mauro Ventura, flicker Olavo Carvalho)

Olavo de Carvalho vive no estado da Virgínia (EUA) e de lá consegue influenciar pessoas com o pensamento conservador, inclusive o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). Em entrevista ao editor do Americas Quarterly, Brian Winter, ele explica que, fora dos Estados Unidos da América, são todos “filhos da puta”. 

O guru do presidente reforça que a ditadura militar no Brasil não deveria ter torturado, mas matado uns 20.000 comunistas, pois assim pouparia muita violência para o país.

Em um trecho da entrevista (Veja a íntegra, aquí) o relato sobre o extermínio de esquerdistas foi detalhado a Winter (Traduzido):

“Quando nossa entrevista chegou ao fim, compartilhei minha maior preocupação com Bolsonaro: que seu governo pudesse atropelar instituições democráticas e causar a morte de numerosas pessoas inocentes. Eu citei o lamento freqüente de Bolsonaro de que o “maior erro” da ditadura brasileira de 1964-85 foi “torturar (pessoas) em vez de matá-las”.  

Carvalho riu. “Você sabe, às vezes eu penso assim.”

“Oh, Olavo, por favor”, eu disse.

Ele deu uma tragada no cachimbo. “Nós vemos toda a miséria que esses caras criaram. Olha, quantos comunistas estavam lá no Brasil naquela época? 20.000? Você mata 20 mil pessoas naquela época e economizaria 70 mil brasileiros por ano. ”

A implicação era que, ao eliminar os esquerdistas na década de 1960, o Brasil poderia ter sido governado por pessoas mais virtuosas que nunca teriam permitido que as taxas de assassinato atingissem seu nível atual. Nós discutimos sobre isso por alguns minutos até eu dizer que, como um americano que ama o Brasil, eu não queria ver seu governo envolvido em assassinatos em massa.

“Os americanos são pessoas idealistas com bom coração”, respondeu ele. “Eles acreditam que outros povos são iguais. Bem, deixe-me dizer uma coisa: Fora de (este país-EUA), há apenas filhos de puta. “

Eu devo ter parecido chateado, porque Carvalho mudou seu foco e disse que Bolsonaro só sairia de um caminho democrático “se ele é muito mal aconselhado”. Em vez disso, ele disse que encorajaria Bolsonaro a “pegar um problema de cada vez”, focar no combate crime em seu primeiro ano, delegar em áreas como a economia que ele realmente não entende, e dizer às pessoas: “Foram 70 anos de erros, e eu não posso consertar tudo em um dia”.

Altair Tavares

Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .