13 de setembro de 2024
Publicado em • atualizado em 12/05/2017 às 02:12

O Goiás ensina, mas o Vila Nova insiste em não aprender

Crédito: Instagram Léo Sena
Crédito: Instagram Léo Sena

Ao ler o título, a maioria dos torcedores colorados já se armam para soltar um desabafo. Mas basta ler o texto e procurar entender a minha linha de raciocínio. Ela pode até ser diferente da sua, só que vale a pena a reflexão.

Recentemente o Goiás conseguiu negociar jogadores revelados em suas categorias de base para grandes clubes do futebol brasileiro. Erik foi para o Palmeiras, Rafael Toloi e Thiago Mendes para o São Paulo – e podemos também incluir o atacante Bruno Henrique que não é uma cria esmeraldina, mas é uma aposta que podemos trazer para análise.

Os valores foram gigantescos para a realidade do futebol goiano. Como observação, é importante dizer que o Goiás não soube valorizar bem o dinheiro arrecadado com as transações. Basta ver as contratações de muitos “reforços” que chegaram recebendo altos e salários e não ajudaram em nada, porém isso é outro assunto.

A lição que o Vila Nova deveria já ter aprendido com o rival é a valorização dos jogadores revelados na base do Onésio Brasileiro Alvarenga. O exemplo mais recente é o caso de Éverton que foi defender a Tombense, que é ligada a Eduardo Uram – empresário de jogadores. O clube mineiro vai disputar a Série C do Brasileirão.

A negociação consiste na revelação colorada sendo emprestada para a Tombense com um valor estipulado que não foi, mas deveria ser de conhecimento público. Em contra-partida o empresário vai ceder atletas para o Vila Nova. Três já estão treinando no elenco: Jajá, Claudinei e Alípio.

Para traçar um paralelo, seria a mesma coisa que o Goiás emprestar o Léo Sena para um clube da Série C e pegar três jogadores em troca. Alguém acredita que a diretoria esmeraldina teria coragem de fazer isso?

Dar valor aos jogadores revelados no clube é a fórmula, que não é secreta, para o Goiás ganhar muito dinheiro.

Entra e saí técnico na Serrinha, mas Carlos Eduardo e Léo Sena seguem jogando. Porque mostram qualidade e principalmente estão sendo preparados para serem negociados.

É claro que existem os exemplos como Clayton Salles, Murilo, Lineker, Mário Sérgio – que são emprestados. Mas esses só foram liberados após não conseguirem se firmar, apesar das oportunidades.

O Vila Nova desvaloriza seus garotos ao tomar esse tipo de atitude. Vamos lembrar o que aconteceu com o Patrick que foi fazer testes em um time pequeno da Itália. Quem se recorda do volante Leonardo que foi parar no Boa com o Vila recebendo um trocado, hoje ele está no Grêmio e olha que o Tigrão já gastou o trocado que no final das contas virou trocadinho.

Duas explicações surgiram para liberação de Everton que terminou o Campeonato Goiano como titular do Vila Nova Futebol Clube. A primeira oficial de que o meia não teria perfil para jogar no time que vai disputar a Série B. Essa ninguém engoliu.

A outra que é extra oficial, já que nenhum dirigente assumiu publicamente isso – é de que o atleta tem problemas fora de campo. Justificativa muito comum no meio do futebol (para ver se cola) e tão ridícula como a primeira.

O Éverton pode até não dar em nada. Virar mais uma promessa que acabou não se consolidando como jogador de alto nível. Só que também pode arrebentar e se transferir para um grande clube. Só o tempo vai trazer a resposta.

Porém os conceitos são bem claros nesse caso.

1 – O Vila Nova definitivamente não tem capacidade de aproveitar sua base. Ele está abrindo mão de um dos poucos destaques do time no Goianão.

2 – Os empresários tem facilidade grande de pegar “emprestado” as jóias coloradas.

3 – Marcos Paulo, Brunão, Albano, Patrick… Devem ser os próximos a deixar o OBA e a porta continuará aberta.

4 – O último conceito é de que os bons exemplos dados pelo Goiás, não são aproveitados. A realidade administrativa dos dois aponta para quem está certo.

A única salvação para que um tipo de filosofia diferente seja adotada, é uma atuação corajosa do Conselho Deliberativo. O orgão deveria impedir esse tipo de negócio.

Mas não vai.

Tenho certeza disso porque basta ver como terminou o caso da parceria com a empresa que confecciona ingressos.

Tudo virou  PIZZA NO FORNO VERMELHO.