30 de agosto de 2024
Publicado em • atualizado em 18/05/2015 às 02:02

O “anti-Iris”

A eleição para prefeito de Goiânia do ano que vem começou logo depois dos resultados eleitorais da disputa para governador de Goiás, em 2014. O PMDB já conta com a candidatura de Iris Rezende a prefeito de Goiânia, com um vice peemedebista numa chapa pura, e Vanderlan Cardoso (PSB) deu outro passo para a candidatura, também. O peemedebista seria imbatível?

Em artigo anterior, ficou claro que a situação da base marconista, hoje, é de muitas candidaturas, mas nenhum candidato posiciona-se com uma competitividade inquestionável. O grupo vai ter que fazer um esforço enorme para fechar um nome com força suficiente para enfrentar os adversários, mas, principalmente, o ícone do PMDB.

Enquanto as pesquisas eleitores não aparecem para apontar o cenário da disputa eleitoral – aliás, já está demorando – os números das eleições anteriores servem para diversas análises e conclusões. Se considerarmos a eleição de 2008 para prefeito de Goiânia – quando Iris Rezende conseguiu uma vitória de primeiro turno – o peemedebista é imbatível, e, inquestionavelmente, é o candidato que sairá na frente. As pesquisas vão mostrar, sem pressa.

Outras referências para análise estão nos números da eleição de 2014 para governador e a seleção dos dados de Goiânia para análise. O eleitor goianiense mostrou que um “anti-iris” foi formado na oposição. Esta condição não garante uma vitória contra o peemedebista, mas é fenômeno registrado na urna.

Em 2014, em Goiânia, no primeiro turno, Iris Rezende conquistou 258.863 votos, o equivalente a 36,63% dos votos válidos. Marconi Perillo (PSDB) ficou em segundo lugar com 231.513, ou 32,76% dos votos válidos. A diferença foi pequena, e, menor do que na eleição de 2010. Em terceiro, apareceu Vanderlan Cardoso (PSB) com 171.760 votos, o equivalente a 24,30% dos votos válidos.

A maior curiosidade está na evolução do resultado para o segundo turno. Iris continuous na frente, venceu em Goiânia, com 371.622 votos, ou 54,98%. Ou seja, ele obteve mais 112.759 votos. Já  Marconi Perillo, ficou com 304.265 votos no segundo turno, com crescimento de 72.752 votos.

Os resultados eleitorais mostram que o eleitorado de Vanderlan Cardoso direcionou sua opção de voto para Iris Rezende e em menor volume para Marconi Perillo.

Ao avaliar um provável cenário com a disputa entre Iris Rezende e Vanderlan Cardoso seria provável concluir que o presidente do PSB pode vir a posicionar-se como um “anti-Iris”. Ademais, com apoio dos eleitores marconistas poderia ter sua situação em maior privilégio eleitoral.

Por outro lado, o raciocínio deve levar em conta que uma eleição não é definida assim, mas os cenários, as opiniões, o ambiente eleitoral, o ambiente politico, as estratégias podem construir o caminho. Vanderlan   Cardoso sabe, por exemplo, que simulações assim de nada adiantam se ele não conseguir apoio politico e uma aliança forte que construa uma forte base de candidatos a vereador. A receita não é nova, mas é essencial.

Com o prestígio que obteve junto ao eleitor goianiense, que em todas as eleições preferiu votar em Iris Rezende, o peemedebista deve ser considerado um candidato fortissimo. Será um grande adversário para qualquer opositor a ele. Ele é candidato? Claro que é. Ele é escravo da candidatura de um partido que não tem outra opção com a mesma força política. Se é imbatível, é outra história que a história vai contar.

 

 

 

 

 

 

Altair Tavares

Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .