O encontro de prefeitos do PMDB em Goiânia marcado para esta segunda-feira, 26, é um passo firme do deputado federal Daniel Vilela para reacender no partido a sua pré-candidatura ao governo.
Apesar dos contratempos e desajustes internos, os peemedebistas sempre vão preferir um nome seu ao apoio a quem quer que seja. Sempre agiram assim e nada há de novo apontando outro caminho. Este é um ponto que pesa a favor de Daniel e contra o senador Ronaldo Caiado. Falta o deputado fazer melhor sua parte. É o que mais se ouve no partido.
Caiado reluta em trocar o seu DEM pela legenda de seus aliados prefeitos Iris Rezende (Goiânia), Adib Elias (Catalão), Ernesto Roller (Formosa) e Paulo do Vale (Rio Verde). Tem a simpativa de muitos outros. Mas não tem o DNA da legenda. Pior: na história do Estado, o DNA que ele carrega é de tradicionais adversários.
Os aplausos e incentivos a Caiado em nada o ajudarão se um nome com a cara do PMDB se consolidar como uma alternativa real de perspectiva de poder. Daniel pode ser este nome. Tem tudo para ser. Depende essencialmente dele.
O encontro com os prefeitos é assim uma afirmação de princípios. Uma declaração de guerra do deputado, que é também presidente da legenda, aos adversários internos. “O encontro, que será realizado a partir das 10 horas, no auditório do Alpha Park Hotel, tem como objetivo discutir as estratégias e o trabalho do partido para a disputa estadual de 2018”, diz o material de divulgação do diretório.
É o que justifica falar tão abertamente de sucessão numa hora dessa, com o mais notório peemedebista, o presidente Michel Temer, caindo pelas tabelas do poder nacional (deverá ser denunciado esta semana pelo PGR) e a Lava Jato sujando a rodo reputações de líderes do partido.
Vai aí certamente a avaliação, da parte de Daniel e aliados, de que não dá para adiar a sua campanha porque a campanha contra ele já está em curso. É agora ou nunca.
O encontro será um termômetro importante do poder atual de Daniel, do poder do fogo amigo que se acende contra ele na legenda, e do poder do PMDB para começar, desde já, a ganhar ou a perder – de novo.
Vassil Oliveira
Jornalista. Escritor. Consultor político e de comunicação. Foi diretor de Redação na Tribuna do Planalto, editor de política em O Popular, apresentador e comentarista na Rádio Sagres 730 e presidente da agência Brasil Central (ABC), do governo de Goiás. Comandou a Comunicação de Goiânia (GO) e de Campo Grande (MS).