28 de agosto de 2024
Publicado em • atualizado em 03/06/2017 às 21:33

No PT, a renovação é feminina: o partido das presidentas vai à luta sob nova direção

O PT está sob nova direção. Sai Rui Falcão, entra a senadora Gleisi Hoffmann, eleita nesta sábado presidente nacional da legenda. Digo: presidenta. Como era presidenta a ex do Brasil Dilma Rousseff, igualmente petista. Como é presidenta – e ela fez questão de repetir em entrevista à TVDG a palavra mágica para o PT – a comandante da legenda em Goiás, Kátia Maria.

É um novo PT. Não só por estar sob direção feminina. Por viver um momento decisivo, de luta pela sobrevivência política em meio à Lava Jato e pós Mensalão. E por estar em xeque nos seus valores e nas suas bandeiras.

Gleisi já mostrou resistência, resiliência e sensibilidade. Kátia Maria, idem. A exemplo de Dilma, que sobreviveu à ditadura e não sucumbiu à torturante pressão para renunciar. Não renunciou. Não desiste. Não para.

São mulheres de luta, que mostram força na atitude e que não temem expor o coração. Independente de gênero, elas são linha de frente que inspira a nova geração. À TVDG, Kátia deu o recado: é crescente o número de novos filiados jovens ao partido.

Em questão de gênero, as duas são mensageiras de uma boa nova que vai além do PT: a renovação é feminina. É com elas. Os petistas têm Lula como líder, e tem Dilma como bandeira.

Agora, têm Gleisi e tem Kátia com voz de comando justo no momento em que o País pega fogo, com a iminência de queda de Michel Temer (PMDB) e a possibilidade de novas eleições diretas ou indiretas.

Em Goiás, especificamente, Kátia tem missão à parte. O desafio mais visível, talvez: venceu três vezes em Goiânia, mas não convence que foi bem quando esteve no poder. Como, então, ser alternativa, com este histórico mais o peso do desgaste federal?

Acostumadas aos combates ideológicos de ponta e aos embates de vanguarda nas causas sociais, Kátia e Gleisi são o novo PT, que fica com a cara do PT original. Uma refundação em gênero, número e grau. A luta continua.

Vassil Oliveira

Jornalista. Escritor. Consultor político e de comunicação. Foi diretor de Redação na Tribuna do Planalto, editor de política em O Popular, apresentador e comentarista na Rádio Sagres 730 e presidente da agência Brasil Central (ABC), do governo de Goiás. Comandou a Comunicação de Goiânia (GO) e de Campo Grande (MS).