05 de setembro de 2024
Publicado em • atualizado em 29/11/2017 às 02:51

No futebol o fim também não deveria justificar os meios

Ingresso para jogo do Vila Nova no Brasileirão 2015
Ingresso para jogo do Vila Nova no Brasileirão 2015

Considero Wilson Balzacchi o mais inteligente entre os dirigentes do Vila Nova Futebol Clube. Essa semana tive a oportunidade de entrevista-lo na TV Diário de Goiás e o meu conceito em relação a sua pessoa aumentou. O dirigente que teve a coragem de assumir uma agremiação quebrada em 1992 quando tinha apenas 27 anos, está se despedindo do comando do Conselho Deliberativo para se dedicar a um projeto profissional no exterior.

Durante quase uma hora e meia muitos temas foram abordados neste bate-papo. Falamos do Vila Nova do passado, do presente e do que poderá ser no futuro: quem sabe na Série A do Campeonato Brasileiro.

Na reta final da entrevista um assunto chamou a atenção. Quando falamos da conturbada gestão de Gutemberg Veronez. Balzacchi revelou que as pessoas dentro do clube tinham o conhecimento que as ações neste período não eram dentro de uma regularidade.

“O Vila em 2015 cometeu muitos erros legais para sobreviver”.

No primeiro ano da adminstração de Gutemberg Veronez, aquela jogada de se vender ingressos através de rifas e em ônibus que ficavam no estacionamento do Serra Dourada era um atestado das chamadas coisas erradas. Também não podemos esquecer dos ingressos de cortesia que eram fabricados e vendidos por cambistas nas partidas da Série C.

“Todas as pessoas que estavam dentro do Vila Nova sabiam que havia um trabalho para o clube ficar com o dinheiro das arrecadações. O Vila fez muito esforço para preservar o dinheiro”.

Como a receita estava entrando nos cofres colorados, o Conselho Deliberativo fez “vistas grossas”. Isso porque a venda de ingressos não eram feitas nas bilheterias que eram vigiadas pelos oficiais de justiça em busca de grana para o pagamento das inúmeras ações trabalhistas.

Com o acordo na Justiça Trabalhista o Vila Nova não tinha necessidade de repetir esse tipo de “armação” para sobreviver em 2016, mas continuou fazendo – não através da venda de rifa, mas superfaturando a comercialização de ingressos. Neste caso o dinheiro não estava voltando para os cofres do clube. Vieram as cobranças dos conselheiros e o resultado foi a renúncia de Gutemberg Veronez do cargo de presidente e conselheiro.

Opinião

– Não existe meio gol, meio pênalti, mulher meio grávida – ou você trabalha de forma correta ou não. Neste caso o Gutemberg Veronez não foi o único culpado. Todas as pessoas que tinham conhecimento desse escândalo estão no mesmo barco.

– O fim não justifica os meios… Isso serve para um ganho pessoal, empresarial e também no futebol.