14 de setembro de 2024
Publicado em • atualizado em 01/05/2015 às 23:52

“Não me chame para a briga porque eu volto”, disse Lula

O ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva fez duras críticas a alguns meios de informação e às insinuações sobre suposto envolvimento dele na Operação Lava Jato. O ex-presidente fez um duro discurso no evento de 1º de Maio da Central Única dos Trabalhadores (CUT), no Vale do Anhangabau, em São Paulo. Ele indicou que, se for chamado para a briga, pode se candidatar novamente a Presidente da República.

“Não me chame para briga porque eu volto. Eu não tenho intenção de ser candidato a nada, mas eu tenho vontade de brigar. A Dilma é presidente e eu quero que ela governe esse País e eu fico quieto no meu lugar para não dizer que eu estou tendo ingerência.”, disse.

Segundo o Estadão Conteúdo, Lula reclamou ainda sobre o que considera insinuações na imprensa sobre seu suposto envolvimento na Lava Jato, que apura denúncias de cartel e corrupção na Petrobras. “Eu não ia dizer isso aqui, mas estou notando todo santo dia insinuações: Ah! Lá na Operação Lava Jato, estão esperando que alguém cite o nome do Lula porque o objetivo é pegar o Lula. Essas revistas brasileiras são um lixo e não valem nada. Eu certamente serei criticado por estar sendo agressivo, mas queria dizer que peguem todos os jornalistas da Veja e da Época e enfiem um dentro do outro que não dá 10% da minha honestidade neste País”, criticou Lula.

VEJA O VÍDEO – A parte citada aquí começa aos 13min32″.

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Segundo ele, não tem um representante da elite brasileira que já não tenha recebido auxílio e tenha sido salvo pelo Estado brasileiro. “Eu conheci muitos meios de comunicação falidos e ajudei porque acho que é importante ajudar, porque a comunicação tem de ser forte, democrática e tem de funcionar. Quando alguém dizia que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) não podia financiar prédio de editora, eu dizia pode. O dono de um jornal tem de ser tratado como qualquer empresário e ter direito a um financiamento e não precisa falar bem do governo porque ninguém está pedindo isso”.

Lula afirmou ainda que antes de o Partido dos Trabalhadores governar o Brasil, o País era governado apenas para 35% da população. “Pobre não entrava em shopping, pobre e nego não voava de avião, não fazia universidade neste País”, finalizou Lula, para um público estimado em cerca de 50 mil pessoas. O evento foi organizado pela CUT, CTB, Intersindical, MST, MTST, CMP, FAF e organizações dos movimentos sociais, estudantil e sindical.

O ex-presidente pediu que tenham paciência com a presidente Dilma Rousseff, como temos de ter com a mãe da gente, porque ela vai fazer o País voltar a crescer. É preciso, segundo ele, dar as mãos a ela num momento de dificuldades, mesmo que a presidente tome decisões que desagradem à categoria trabalhadora. “Quero pedir a vocês que muitas vezes ficam nervosos com a Dilma, irritados, que temos de ter paciência, como temos de ter com a mãe da gente. Ela foi eleita para governar quatro anos. Temos de ver o resultado final desse governo. Não tenho dúvida que daqui a quatro anos estaremos comemorando o êxito do seu mandato”, afirmou Lula, em evento, no Vale do Anhangabaú, no início da tarde desta sexta-feira (1).

Lula disse que vai conversar com o povo brasileiro, trabalhadores, desempregados, camponeses e empresários e desafiar os que não se conformam com o resultado das urnas e que pregam a queda de Dilma desde que a presidente foi reeleita. “O povo tem de saber, principalmente os adversários, que mexeu com a Dilma mexeu com muita gente desse País, com milhões de brasileiros e a classe trabalhadora”, destacou o ex-presidente.

Sobre a elite brasileira, Lula afirmou não entender o medo de que ele reassuma o governo brasileiro. Disse que não tem intenção de ser candidato a nada, que é um cidadão quase aposentado, que está quieto e evitando muitas coisas pelo fato de ser um ex-presidente. (Com informações do Estadão Conteúdo).

 

 

 

 

 

Altair Tavares

Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .