13 de setembro de 2024
Publicado em • atualizado em 13/02/2020 às 01:03

Na guerra entre José Eliton e Ronaldo Caiado, quem mais aparece é Marconi Perillo

O evento de Rio Verde nesta segunda-feira colocou em confronto o discurso da crítica versus o elogio ao governo de Marconi Perillo (PSDB).

Sim, os debatedores informais no palanque com plateia formada por políticos e produtores rurais foram o vice-governador, José Eliton, e o senador Ronaldo Caiado (DEM).

Ambos caprichando nas frases de efeito, na marcação de área.

Jogando na boa, como convém a candidatos ao governo, mas jogando. Firme.

Lançando farpas no ataque, rebatendo bicudas na defesa, polarizando, arrebentando para o povo ver.

Melhor ainda: para Daniel Vilela (PMDB), o ausente, não ver.

O que ficou mais evidente, no entanto, é a pauta do debate da campanha: Marconi Perillo.

Caiado, que falou antes de Eliton, criticou o governo. Eliton, claro, defendeu.

Caiado, assim, vai se firmando como oposição, como candidato de oposição. Uma oposição boa no discurso, com presença em todo lugar, para todos os palanques, que enfrenta.

Eliton, como nome que aos poucos ganha aplausos de sua base e, junto, entusiasmo como candidato. Um defensor do legado do governo, que fala grosso, não foge, enfrenta.

E merece aí mais atenção ao direcionamento do discurso de Eliton.

O centro de suas palavras foi ‘convergência’.

“O novo Brasil precisa nascer na convergência”, disse.

Consciente ou não, a palavra atinge em cheio dois alvos, dois objetivos.

Na base, passa a mensagem de que é preciso convergir: para ele, lógico.

Ele como centro da convergência dos interesses do grupo que está e pretende se manter no poder.

No geral, e pensando em Caiado, Eliton quer dizer que um candidato (e/ou um governante) precisa ser a convergência de interesses sociais, políticos etc.

Justo o contraponto ao discurso mais usado contra Caiado: o de que o democrata, com seu jeito agressivo, não junta, só desagrega.

Sim, Caiado não tem só o atual governo como adversário. Tem também essa ideia que se propaga de que não agrega, não converge, é homem bom para o parlamente, mas não para o governo.

No discurso de Rio Verde, o democrata mostrou mais uma vez que está afiado na oposição. Falta agora dissipar essa visão de que sabe apenas ciscar para fora.

Eliton, por sua vez, deixou claro que entendeu que ciscar para dentro é fundamental para consolidar-se na sua própria base.

Bem mais à vontade está Marconi Perillo. Dividindo atenções, todas as atenções convergem naturalmente para ele.

Campanha total, mesmo quando não está em campanha.

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