28 de agosto de 2024
Publicado em • atualizado em 08/07/2014 às 01:09

Muito marqueteiro para pouco coordenador de campanha

Todo mundo falando em marqueteiro e o grande problema das campanhas em Goiás é outro: coordenador de campanha.
 
Em torno do marqueteiro há o glamour. É a divindade que vai ganhar a eleição. Vai! Por mágica, milagre etc.Ou seja: poucos sabem mesmo o que é um marqueteiro; o que há de fato é muita profissão de fé na imagem criada.

 
O coordenador de campanha é o cara do rala-rala, aquele que vai abrir caminhos enquanto descasca pepinos e abacaxis, o que fica com a parte chata e a parte delicada.
 
Na prática, o marqueteiro nunca é mais que o coordenador. Um completa o outro. Um fundamenta o outro, e realiza. Questão de estratégia.
 
Pelo menos, deveria. Por assim dizer.
 
Campanha até vive sem marqueteiro. Mas, sem coordenador? Difícil.Uma bom coordenador, então, é o ‘dono’ de tudo.
 
Transforma o marqueteiro em realidade.Dos quatro candidatos com mais chances de vitória até agora, apenas o governador Marconi Perillo (PSDB) parece ter definido seu coordenador: o advogado Ademir Ismerim Medina.
 
A informação está na coluna Giro, de O Popular desta segunda, 7.Medina não é político. Sempre funcionou como coordenador jurídico das campanhas do tucano. Por que ele, então?Se confirmado eu nome, a mensagem é a de que quem vai mandar na campanha é o próprio governador.
 
Será a concretização de algo que Marconi Perillo vem dizendo há tempos: será ele, e mais ninguém, o verdadeiro ‘dono’ da sua campanha.
 
No PMDB, o nome do coordenador não está definido. Caminha para ser o ex-senador Mauro Miranda. Mauro é experiente, conhece bem o partido e o Estado, e principalmente tem a confiança do candidato a governador, Iris Rezende.
 
Mas não era para ser Mauro.
 
O nome natural era o do presidente da legenda no Estado, Samuel Belchior. Samuel não quis, por questões particulares. Estará na campanha, mas em outra função.
 
Vanderlan Cardoso não tem nome certo. Para todos os efeitos, quem manda na campanha é o ex-presidente do Dnit, Alfredo Soubihe Neto. Informalmente, ele coordena.
 
Não foi confirmado.
 
Por enquanto.No PT que a coisa é mais indefinida. Sempre que o assunto vem à tona, a resposta é que não haverá “um” coordenador, embora o nome de frente sempre citado seja o do presidente do partido, Ceser Donizete.
 
Como assim? Não se sabe como isso funcionará, do ponto de vista operacional.
 
Porém nada fora do comum. O PT tem tradição de brigar muito internamente, e depois caminhar sólido, quando estabelecido o rumo.
 
Além do coordenador (se confirmado, insisto), Marconi Perillo já definiu também o marqueteiro. Foi o primeiro: será Paulo de Tarso.
 
Um ponto a favor de Paulo de Tarso: é o único (alguém lembra outro?) marqueteiro que veio de fora que pode realmente dizer que veio, viu e venceu. Tem histórico positivo no Estado. Exatamente com Marconi.
 
O PMDB é outro que já tem seu nome para o marketing: Dimas Thomas. Nome de fora. Made in Brasília. E só. Mais não se sabe.
 
Vanderlan é mais um que definiu seu orientador nesta área: Jorcelino Braga. Braga fez a campanha de Vanderlan em 2010, e a de Iris no segundo turno.
 
E foi um dos homens fortes na vitória do governador Alcides Rodrigues em 2006.
 
E Gomide? Nada. Sem nome definido.Como não são os marqueteiros que tocam as campanhas, eis, aí, provavelmente, a explicação para o fato delas terem começado sem começar direito.
 
Quer dizer: oficialmente, já estão valendo. Verdadeiramente, está tudo indefinido em todos os comitês.
 
Eu disse comitês? Ora, isso nem existe ainda.
 
 —–PS.: Não existe nem marqueteiro, nem coordenador de campanha infalível. Senão, não existiria perdedor. Mas há aqueles que reúnem as duas qualidades. Esses são especiais. Raros. E tenho dito!

Vassil Oliveira

Jornalista. Escritor. Consultor político e de comunicação. Foi diretor de Redação na Tribuna do Planalto, editor de política em O Popular, apresentador e comentarista na Rádio Sagres 730 e presidente da agência Brasil Central (ABC), do governo de Goiás. Comandou a Comunicação de Goiânia (GO) e de Campo Grande (MS).