O impasse entre motoristas e empresários do transporte coletivo pode chegar ao fim ainda nesta semana. Nesta segunda-feira (12), em audiência realizada no Ministério Público do Trabalho, houve avanços relativos ao pagamento do ticket alimentação.
Hoje o salário dos trabalhadores é de 1445 reais e 14 centavos, mais ticket alimentação na ordem de 375 reais e ainda 116 reais e 77 centavos de gratificação suplementar.
Inicialmente os motoristas pediam 15 % de aumento linear de salário e as empresas oferecem pouco menos da metade, ou seja, 7%. Além disso, os empregados gostariam que o valor subisse para 500 reais, o que representaria um aumento de 32%.
Eles ainda cobravam elevação no valor da gratificação suplementar em 15%. Na audiência, as duas partes decidiram fixar o aumento do salário e da gratificação suplementar em 7%.
A procuradora Regional do Trabalho, Jane Araújo Santos, intermediou e sugeriu que ocorressem avanços no pagamento do ticket alimentação.
Ficou acertado um aumento de 16% neste benefício, desta forma, passaria de 375 para 435 reais. A proposta ainda passará por avaliação do Setransp e pelos trabalhadores.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário (Sinditransporte), Alberto Magno, acredita que a proposta não é o ideal, mas é no mínimo razoável.
“ Nós estamos procurando aqui uma solução. Concordamos com a proposta da Procuradora. Estamos cedendo, não podemos esquecer que é 1,62% acima da inflação. Lá em Porto Alegre com 15 dias de greve, houve aumento de 7,5, não estamos perdendo. Somando o salário e o ticket, vai chegar a uns 9% de aumento”, afirma.
Representando o Sindicato das Empresas de Transporte (Setransp), o vice- presidente da entidade, Décio Caetano, alegou que as empresas de ônibus ainda passam por dificuldades financeiras.
Ele argumenta que ainda não entraram os aportes anunciados pelo governo do Estado, devido a questões burocráticas. Décio Caetano destaca que o Setransp cumprirá com o aumento independentemente da entrada de recursos públicos para o transporte.
“Nossa proposta não está condicionada ao subsídio do governo, apesar que isso é um compromisso do governo do estado com as prefeituras. A nossa parte é de firmar a convenção o mais rápido possível nos percentuais estabelecidos. O que nós discutimos foi o avanço relativo ao ticket refeição. Tudo vai discutido internamente, mas todo o esforço será feito para firmar a convenção e evitar uma paralisação do sistema”, analisa Décio Caetano.
De acordo com Décio Caetano, o salário dos motoristas representa 40 % dos custos das empresas de ônibus. Ainda são aguardados os repasses governamentais relativos as gratuidades do sistema de transporte.
O governo de Goiás se comprometeu a pagar 50 % do valor a partir de maio e as prefeituras da região metropolitana, a partir de janeiro de 2015. Como o protocolo ainda não foi assinado, o dinheiro ainda não chegou às empresas.
O Setransp espera contar com o dinheiro para bancar o reajuste dos motoristas, já que com a garantia de entrada de recursos, é possível obter crédito no mercado financeiro. Uma nova audiência foi marcada para as dez da manhã, da próxima quinta-feira (15).
Na oportunidade, será definido, se trabalhadores e patrões após serem consultados, concordaram ou não com a proposta encaminhada no Ministério Público do Trabalho.
O Sinditransporte não fará assembleia. Os trabalhadores serão visitados pelos dirigentes do sindicato nos terminais e garagens. Desta forma serão consultados sobre o assunto.