07 de agosto de 2024
Publicado em • atualizado em 28/10/2021 às 10:57

Mesmo com MDB e Daniel na chapa, Lissauer Vieira se filiará a partido que faça aliança com Caiado

Lissauer Vieira garante filiação e apoio à partido que se alinhe com o governador Ronaldo Caiado (DEM), nas eleições 2022 (Foto: Leoiran/DG)
Lissauer Vieira garante filiação e apoio à partido que se alinhe com o governador Ronaldo Caiado (DEM), nas eleições 2022 (Foto: Leoiran/DG)

Se tem duas certezas que o presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), o deputado estadual Lissauer Vieira tem, é que, no pleito em 2022, será candidato a deputado federal. De saída do PSB, Vieira não tem pressa para definir o novo partido até porque, a janela partidária só será aberta em março do ano que vem. A segunda e não menos importante é que: independente do MDB e de Daniel Vilela como vice na chapa, Lissauer escolherá um partido que se alinhe ao governador Ronaldo Caiado (DEM) no pleito.

Afinados, Lissauer Vieira e o governador Ronaldo Caiado (DEM) almoçaram juntos no último domingo (24/10). Para acompanhar o cardápio do banquete dominical, ambos não poderiam deixar de falar sobre política e consequentemente, a decisão do democrata em cravar a aliança com o MDB e anunciar Daniel Vilela como vice-governador com um ano de antecedência. “A decisão é dele, ele tomou, a decisão quem vai disputar é ele e eu preciso e tenho que respeitar isso. Mas também as minhas convicções políticas tem que ser respeitadas por ele”, cravou.

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“E eu tenho algumas convicções políticas que eu não vou mudar. Deixei isso muito claro à ele, ele respeita esse posicionamento meu e eu respeito o posicionamento dele e vamos seguir no mesmo barco. Vamos seguir juntos, caminhando e trabalhando em prol do Estado de Goiás”, pontua deixando claro uma certa insatisfação com relação a decisão tida por ele como precipitada. “Eu achei talvez antecipada demais a decisão do governador e a forma como foi feita.”

O presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, Lissauer Vieira, concedeu entrevista exclusiva ao jornalista e editor-chefe do jornal Diário de Goiás. A conversa será dividida em outras duas partes. Nesta primeira, o deputado estadual fala sobre a aliança do Democratas (que disputará a eleição em fusão com o PSL como União Brasil) e o MDB, a relação que tem com o governador Ronaldo Caiado e seu futuro político em 2022.

Aliados do governador foram “desprezados” pelo MDB, avalia Lissauer Vieira

Lissauer Vieira acompanha com parcimônia a aliança entre o MDB e Democratas. Ele respeita a decisão do governador Ronaldo Caiado (DEM), mas vê ressalvas e algumas contradições, haja vista que, há pouco tempo alguns aliados do democrata e emedebistas clássicos foram expulsos do MDB justamente por apoiarem Caiado. Lissauer fazia referência aos na época prefeitos Renato de Castro (Goianésia), Fausto Mariano (Turvânia), Paulo do Valle (Rio Verde), Adib Elias (Catalão) e Ernesto Roller (Formosa). O deputado estadual, então, diz que tem convicções que devem ser respeitadas.  

Lissauer Vieira concedeu entrevista ao jornalista Altair Tavares, do DG

“Muitas pessoas que são companheiras do governador foram desprezadas pelo MDB há dois anos atrás, inclusive por conta de apoiar o projeto de eleição do governador Ronaldo Caiado, lá em 2018, sabemos disso. Foram desprezadas, o próprio Renato de Castro [hoje, presidente da Codego] não teve oportunidade nem de disputar a eleição no município dele, numa atitude totalmente anti-democrática. Eu acho que não é assim que se faz e se constrói política. A não ser que você faça política pensando só no seu próprio umbigo. Em projetos pessoais”, destaca.

Lissauer complementa. “Eu não concordo em fazer política com projetos pessoais. Acho que política tem de ser feita pela coletividade, para melhorar a vida da população e não apenas pensando no próprio ego pessoal. Algumas convicções eu tenho e vou continuar tendo mas sempre respeitando a posição de qualquer pessoa que seja”.

Apesar de ter algum desconforto, Lissauer diz que há “muita fofoca” e “gasolina no fogo” com relação ao assunto, mas não existem grandes problemas. “Acho que as vezes as pessoas colocam muita polêmica onde não há. Muita gasolina no fogo. E levam muitas fofocas, informações desencontradas que as vezes causam um certo desconforto. Da minha parte não existe esse problema, nunca existiu problema, e vamos seguir sempre numa coerência administrativa e política”, complementou.

De uma coisa é certa: Lissauer reconhece a grandeza do MDB mas a legenda não faz parte de seu radar para se filiar. “Agora, não é um partido que eu tenho convicção de me filiar até porque a direção estadual do partido atual, eu não tenho convicção que faça, eu não concordo com as ações que eles fazem, mas eles têm a autonomia deles e vão trabalhar da forma como eles achavam que devem trabalhar e eu vou fazer minha política da minha forma.”

De saída do PSB e descartando MDB, qual será seu futuro?

Lissauer Vieira busca um partido forte que tenha chapa para o Governo. Há um leque grande e várias legendas já o sondaram. Segundo o parlamentar, foram tantas que ele se lembra qual foi a última. “Não adianta eu ir para um partido que eu seja candidato único e não consiga o coeficiente eleitoral para poder estar eleito. Eu preciso de estar num partido que tenha chapa e me dê a possibilidade de disputar a eleição. E aí eu tenho vários partidos, um leque de opções. Eu recebi convite de quase todos os partidos de Goiás. “

Para conseguir pavimentar a candidatura a deputado federal, uma coisa é certa: mesmo com MDB e Daniel Vilela, na aliança, isso não o impedirá de estar em um partido que caminhe junto com o governador Ronaldo Caiado. “Com certeza, um dos critérios é esse: fazer parte da aliança com o governador. Agora, essa decisão vai ser em março do ano que vem, como pode ser na convenção, mas eu preciso me filiar até abril, vamos conversar, abrir o diálogo e ver qual o caminho e tendência do partido para tomar a decisão”, destacou.

Domingos Ketelbey

Jornalista e editor do Diário de Goiás. Escreve sobre tudo e também sobre mobilidade urbana, cultura e política. Apaixonado por jornalismo literário, cafés e conversas de botequim.