Marconi Perillo presidente do PSDB?
A informação saiu no Estadão de terça-feira. Ele pode chegar lá com ajuda do colega governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.
Os dois se entendem bem. Já até foram fotografados juntos como indicação de chapa batida para a Presidência da República.
Para Marconi, é um caminho. Um de muitos que vêm sendo buscados por ele como forma de tentar se firmar no cenário nacional.
Depois de quatro mandatos no governo, 20 anos no poder, a busca de horizonte fora de Goiás é natural. E estratégica.
Claro, querer não é poder. A disputa dentro do PSDB é uma disputa dura. Nada fácil.
Envolve nomes como Aécio Neves (atual presidente), FHC, José Serra e vários outros pesos pesados.
Mas não há outro jeito. Jogo nacional é jogo bruto de qualquer jeito. Ou peita – e enfrenta as consequências do combate – ou se esconde de vez.
Político experiente, Marconi tem trabalhado espaços em Brasília e na cúpula tucana. Conversa bastante com ministros e trata de abrir caminho.
Nessa movimentação, talvez a tarefa mais difícil seja consolidar diálogo com outras legendas. O que ele mais cobiça: um bom entendimento com o PMDB.
Com o PMDB nacional, a conversa anda. Como anda com o presidente Michel Temer e com vários ministros.
As conversas principalmente com ministros, aliás, explicam as diversas idas recentes dele a Brasília. Conversa vai, conversa vem…
Com o PMDB local, o converseio anda mais lento.
O governador vem acenando para Iris Rezende, prefeito de Goiânia, desde a campanha. Ainda acena.
Com o ex-governador Maguito Vilela, a relação já é quase de parceria. Os dois se entendem.
Na quarta-feira, em entrevista ao DG, Maguito mostrou isso. Disse que não teria dificuldade de apoiar projeto nacional do tucano.
Nas últimas semanas, Marconi ampliou os gestos de quem está de braços abertos para compor até mesmo com o velho adversário no Estado – desde que a recíproca seja verdadeira.
Deu tratamento destacado a encontros com Adib Elias e Ernesto Roller, prefeitos de Catalão e Formosa que, quando deputados, foram críticos firmes de sua administração.
Problema está em Daniel Vilela, deputado federal e presidente estadual do PMDB.
Daniel está em atividade de campanha para ser candidato a governador, e tem batido duro no governo.
Como que lembrando Aécio Neves, Marconi ouve Daniel mas, talvez inspirado no pai dele, mais parece insistir: “Vamos conversar?”
Conversar com o PMDB nacional e abrir brechas no PMDB local não é a única estratégia atual de Marconi. Mas é tratada com todo cuidado. Seria um trunfo.
Vai conseguir?
Essa pergunta vale para o conjunto da obra. Vai conseguir alguma coisa com o voo nacional?
No Estado, os seus aliados vendem a possibilidade dele ser, mais que presidente do PSDB, candidato a presidente da República. Ou, quem sabe, vice.
Tudo é possível para quem tem Alckmin – e, de quebra, o prefeito de São Paulo, João Doria, afilhado político do outro tucano – como parceiro.
Uma certeza: enquanto governa, Marconi faz duas campanhas. Uma para vencer com José Eliton para governador; outra para vencer o cerco para uma projeção nacional.
Não para. E, se não for parado…
Altair Tavares
Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .