09 de setembro de 2024
Publicado em • atualizado em 22/03/2017 às 16:10

Maguito define: Daniel Vilela governador e Henrique Meirelles presidente

 

Recomendo principalmente a quem gosta de acompanhar os debates e os bastidores da política que vejam a íntegra da entrevista do DG com Maguito Vilela, ex-governador e ex-prefeito de Aparecida de Goiânia.

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Maguito falou com franqueza sobre vários pontos nublados no debate em Goiás. Clareou.

Uma frase emblemática, que surge já no início:

“Tem que acabar com esse negócio de Iris e Maguito, Maguito e Iris.”

Maguito verbaliza o que pensam, e falam em conversas informais, os peemedebistas. É o sentimento.

Não um sentimento de rebeldia, mas de desejo de renovação; não necessariamente contra ambos, mas de avaliação de que o papel deles agora deve ser outro.

Maguito parece entender isso. Cuida de contextualizar, dizendo que até agora os dois têm sido candidatos porque não surgem outros nomes; acabam sendo chamados. É uma discussão em aberto, mas em rodas de bar.

Para o PMDB de olho em 2018, o que importa é a frase e o seu simbolismo.

Com ela, Maguito diz o que o partido quer ouvir e abre caminho para seu filho, Daniel Vilela, que está em campanha assumida para o governo.

E este é outro ponto importante da entrevista.

Uma avaliação na oposição (que quer ver o circo pegar fogo), mas também no PMDB, é que vai dar problema lá na frente entre Daniel e Maguito.

Na oposição, o clima é até de torcida.

Na visão geral, Maguito estaria, como Daniel, em campanha acelerada para se viabilizar como candidato a governador.

O que disse Maguito ao DG:

“O PMDB, hoje, tem candidato, e ele é Daniel Vilela.”

“Eu, como pai, como vou concorrer com meu filho?”

“Eu já tive minhas oportunidades.”

Frases diretas, mensagem sem meias palavras. Falou até que está montando escritório de advocacia e não será candidato a nada ano que vem.

A lógica na ponderação de que, como pai, não enfrentaria o filho é forte o suficiente para que os peemedebistas não tenham mais dúvida de que o partido já tem um candidato.

Falta trabalhar esse nome. Unir-se em torno dele. Fazer acontecer.

E acrescente-se outra observação, que aponta para a unidade interna – e isso importa, porque o PMDB é um partido dividido há muitos anos.

“(Iris) É o maior líder do nosso partido. Ele vai ter um papel muito importante nas eleições e tantas outras que quiser participar. O Daniel não tem que confrontar com Iris, tem que ajudar.”

O que falta? Daniel buscar Iris, deixa entrever Maguito.

O “não tem que confrontar”, “tem que ajudar” é para ser ouvido como conselho de pai para filho. A senha para somar, em vez de atacar, dividir.

Ajudar Iris na prefeitura; ajudar a si próprio na construção da pacificação partidária.

E como fica Ronaldo Caiado (DEM) nessa história, já que Caiado espera o apoio do PMDB para sua candidatura ao governo?

Maguito dá o norte, que se parece muito com a posição de Iris, várias vezes verbalizada: é legítima a candidatura de Caiado, mas o PMDB terá inevitavelmente candidato.

O nó: para Maguito, Caiado candidato sozinho é “aventura”.

Logo, indica o peemedebista, só há um caminho para o democrata: fechar com Daniel.

Dois outros pontos merecem menção destacada, pela importância no jogo político.

Maguito lança o goiano e atual ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, como seu candidato a presidente da República.

“Vou defender a candidatura de Meirelles para a Presidência”, diz, literalmente.

“O país precisa se redesenhar na economia”, define. Sim, depende da economia.

Por fim, Maguito acena para o governador Marconi Perillo (PSDB), em vez de alimentar a guerra de décadas.

Diz claramente que não teria problema em apoiar um projeto nacional do tucano.

Na pergunta de um ouvinte sobre um possível apoio de Marconi a Daniel para o governo, Maguito deixa claro: não seria contra.

Maguito e Marconi sempre tiveram boa relação. Daniel, pelo contrário, é oposição assumido. Mas, Maguito dá o recado, não há nada impossível.

E aqui entra o ambiente de ‘barata voa’ nas conversações políticas em Goiás, neste momento.

Maguito assume que o PMDB está conversando com partidos aliados do governo.

“Tem partido da base (do governo) querendo conversar”, diz.

Ele cita com ênfase o PSD de Vilmar Rocha. Mas também cita Jovair Arantes (PTB), Magda Mofatto (PR) e a senadora Lúcia Vânia (PSB). Jovair mais que os outros.

Todos estão em litígio com o governador. Todos podem ser aliados do PMDB. Na liquidez da base marconista está a semente de uma possível nova base político-eleitoral. Depende.

Em contrapartida, Maguito adverte o PMDB: o partido perdeu eleições porque não fez alianças corretas, necessárias. Precisa fazer, afirma.

Exemplo mais evidente em sua memória: em 2002, ele queria aliança com o PT, e foi impedido por peemedebistas. Credita a isso sua derrota para Marconi na época.

Isso quer dizer que vamos continuar ouvindo muito sobre Marconi apoiar PMDB, base aliada se desfazendo, PMDB e Caiado ficando mas não se casando. E outras novidades, porque elas sempre surgem.

Maguito falou e disse.