Se bate, ele cresce; se não bate, ele dispara. O que fazer com Lula?
A pergunta volta com a nova pesquisa do instituto Vox Populi que mostra o ex-presidente petista com 44% a 45% de intenção de votos válidos (sem nulos, brancos e abstenções), mais que todos os adversários juntos em três cenários avaliados.
Nos cenários estão Jair Bolsonaro, Marina Silva, Ciro Gomes, Alckmin, Doria, Aécio.
Lula vence ainda em simulação de segundo turno e é espontaneamente o mais citado.
Como, se ele está sendo massacrado na mídia?
Sim, massacres, como mostra recente reportagem do portal Poder360: simplesmente um quarto do tempo que o Jornal Nacional dedicou à Lista do Fachin (mais de 4 horas) teve Lula como personagem.
Sem falar em outros 18 minutos dados a Dilma e outros tantos ao PT.
Lula incomoda muita gente. E, pelo jeito, vai incomodar e incomodar muito mais.
Nos próximos dias, ele tem encontro marcado com o juiz Sérgio Moro. O embate dos ícones. O combate do bem contra o mal.
Mas quem é o bem e quem é o mal nessa história?
Moro está vencendo a disputa no plano jurídico. A aposta maior é que Lula será preso ou, no mínimo, condenado, ficando impedido de ser candidato.
No campo político, no entanto, as pesquisas dão vitória inequívoca ao petista contra Moro. Mesmo preso, é provável que o petista defina o rumo da eleição, como cabo eleitoral.
É impossível dizer hoje que o futuro de Lula será resultado de um julgamento justo. Não será. Porque tudo está além dos tribunais e das ruas. Entra pela História.
No Brasil há neste momento quem quer Lula preso e quem quer Lula candidato. Não há meio termo. Não há imparcialidade. Apenas torcida.
Por isso causa espanto quando alguém tenta ser razoável, apontando defeitos em Lula, embora reconhecendo que a guerra contra ele não é justa.
Se é um apoiador contumaz, vira traidor do campo da esquerda; se era um adversário, vira novo inimigo da direita. Exemplos?
Como se Lula fosse o diabo, ou santo.
Só se decepciona com Lula quem o idealizava. Só o venera, que se nega a ver a política como ela é.
O futuro do Brasil passa por Lula. É o que o povo diz à direita, à esquerda e ao centro. O que o povo vai fazer é que são elas.
O que fazer com Lula é o que fazer com nosso futuro.
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