05 de setembro de 2024
Publicado em • atualizado em 01/12/2014 às 00:24

Judiciário quer ajudar o Estado a cobrar R$ 22 bilhões em créditos fiscais

O Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) vai propor ao Governo do Estado um termo de cooperação técnica para facilitar o recebimento das dívidas com o poder público que tramitam no judiciário. Segundo estimativas, há cerca de 15 mil ações nesse âmbito, que totalizam R$ 22 bilhões em créditos fiscais, a maioria proveniente de arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). O assunto será tratado durante o 1º Workshop de Execução Fiscal, que será realizado na próxima segunda-feira (1), no auditório do TJGO, do meio-dia as 17h30.

O evento vai abordar também as ações voltadas aos âmbitos municipais. Dados do setor de estatística do TJGO apontam que tramitam cerca de 300 mil processos de execução fiscal envolvendo prefeituras. Para discutir formas de acelerar o andamento processual dessas ações e, assim, promover mais arrecadação e investimentos nas cidades, foram convidados para o evento prefeitos, secretários municipais de finanças, procuradores, magistrados que atuam nas varas públicas e advogados.

O volume das ações de execução fiscal é uma preocupação em Tribunais de Justiça de todo o País, tanto que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), inclusive, convocou magistrados para participar de reunião sobre o tema no próximo dia 3. De acordo com pesquisa da entidade, em 2013, dos 67 milhões de processos pendentes de julgamento em todo Brasil, 36,3 milhões eram de execução, o que representa a maior causa de congestionamento no judiciário no país.

“O TJGO já coloca em prática algumas soluções para enfrentar esse volume de processos, com a assinatura de acordos de cooperação técnica com as prefeituras de Goiânia, Catalão e Rio Verde. Com o evento, esperamos contato maior com os demais municípios”, conforme explica o juiz-auxiliar da Presidência, Carlos Magno Rocha da Silva (Na foto, cumprimenta o governador Marconi Perillo). Uma das medidas é o recolhimento de pagamentos em guia única. A citação dos devedores também deve ser facilitada com parcerias. “Muitas vezes, a prefeitura tem dificuldade de localizar essas pessoas. Com ajuda do Poder Judiciário, que vai oferecer seu banco de dados, esse processo deve se tornar mais ágil”, acredita o magistrado.

Na capital, foi instituída em julho deste ano a 1ª Vara da Execução Fiscal Municipal, para concentrar num só juiz as ações do tipo e, assim, estabelecer uma interlocução mais eficaz com a prefeitura. Para diminuir o volume processual, foi compactuado com o Poder Municipal executar apenas dívidas superiores a R$ 800 e, ainda, caso a mesma pessoa tiver vários pequenos débitos, será protocolado um só processo, unificando-os. A estimativa é diminuir cerca de 48% do volume processual. A ideia é levar esses moldes para outros municípios.

Outra medida para acelerar o trâmite – que será proposta durante o workshop – é o pagamento automático das diligências dos oficiais de justiça, já que muitas cidades não detém de delegacias fiscais. “O Estado é isento de custas, mas as diligências devem ser pagas por ele. Hoje, o pagamento pode demorar meses para ser liberado: o juiz oficia para a Procuradoria que, por sua vez, oficia a Fazenda para liberar o dinheiro. E o oficial não cumpre a diligência fazendo a penhora enquanto isso. Queremos já disponibilizar uma quantia média e, depois, fazer a prestação de contas”, explica Carlos Magno. (Com informações do Tribunal de Justiça-Foto Lailson Damásio)

Programação completa do 1º Workshop de Execução Fiscal – 01/12/14

12h – credenciamento13h – Abertura: Carlos Alberto França, desembargador do TJGOCarlos Magno da Rocha Silva – Juiz auxiliar da presidência do TJGO

13h40 – Assinatura do termo de cooperação entre o TJGO e o município de Trindade14h – Vara de Execução Fiscal Municipal – Expectativas e resultados. Palestrante: Carlos Magno da Rocha Silva.

15h – Centro Judiciário de Valparaíso – Boas práticas e aumento da arrecadação de tributos. Palestrante: Gilson Furtado, procurador do município de Rio Verde. 

15h30 – Coffee Break16h – A execução fiscal e as barreiras na localização do executado e dos bens. Palestrante: Gleice Cabral de Castro, procuradora do município de Rio Verde. 

16h20 – Execução Legal, justificativa, objetivos e ações. Palestrantes: Thiago Soares Castelliano Lucena de Castro – juiz da Vara da Fazenda Pública da comarca de Jataí, e Renato Barbosa Brandão – procurador do município de Jataí. 

17h –  Perguntas e debates17h30 –  Encerramento – Carlos Magno Rocha da Silva.

 

Altair Tavares

Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .