Catalão é um caso à parte na política goiana.
Jardel Sebba (PSDB) venceu Adib Elias (PMDB) e está comemorando no melhor estilo do interior do estado: com fogos e bandeirinhas. Fosse Adib, a comemoração estava na mesma medida.
Junto com Jardel, comemora toda a estrutura do governo goiano. Foi uma vitória governista, é o que afirmam, alardeiam, gritam para agitar os adversários.
Fosse Adib o vencedor, os peemedebistas também estariam eufóricos, esbravejando contra os tucanos.
Mas…
Mas, nos bastidores, tanto Jardel quanto Adib inspiram sentimentos iguais em seus grupos de apoio.
De lado a lado, o que mais se ouviu nos últimos meses foram expressões de uma torcida que ora ia para que ganhasse, ora para que perdesse.
Os governistas ao mesmo tempo queriam a vitória de Jardel –para que ele fosse de vez para Catalão e levasse seu grupo, deixando em paz o governador – e a sua derrota – justamente por conta desse mesmo grupo, para que perdessem força.
Os peemedebistas, idem: ao mesmo tempo queriam ver Adib perder, para levar uma lição, e ganhar, porque também não é confortável perder para os tucanos.
Catalão é uma guerra entre dois políticos birrentos, marrentos, capazes de fazer qualquer coisa muito mais para derrotar o outro do que poder vencer. Humilhar o adversário é o prazer máximo, a glória.
Nesse guerra provinciana, governistas e peemedebistas se dividem faz tempo. Não sabem exatamente para quem torcer. Comemoram, no entanto, porque também não há muito o que fazer.
Jardel finalmente foi eleito. Adib sofreu uma derrota para seu maior inimigo. Eis aí uma história que não tem fim. Mas é o começo de que mesmo?
Aliás, pode ser até que a história mude, Jardel não assuma, tenha outra eleição e vença um outro.
Seria muito interessante…
Vassil Oliveira
Jornalista. Escritor. Consultor político e de comunicação. Foi diretor de Redação na Tribuna do Planalto, editor de política em O Popular, apresentador e comentarista na Rádio Sagres 730 e presidente da agência Brasil Central (ABC), do governo de Goiás. Comandou a Comunicação de Goiânia (GO) e de Campo Grande (MS).