Início de administração não é fácil. Cheio de pedras, repleto de armadilhas. Um passo em falso determina o resto do caminho.
Iris Rezende (PMDB) assumiu com muitas cobranças e enormes espectativas.
Nesse aspecto, sua dívida de campanha é impagável, porque não encontra respaldo na realidade, já que depende do cumprimento de interesses muito particulares. Cada um com sua pauta, sua esperança, sua expectativa própria. Entende?
Três meses depois a pesquisa Serpes, de O Popular, mostra em números o básico: ele está bem, apesar dos pesares de um começo tumultuado. Mas é o bastante para que muitos avaliem com outros olhos: por ele não estar melhor, quer dizer que está ruim.
Iris manter apoio decidido a medidas duras de auxiliares que estejam mexendo em vespeiros, como a secretária de Saúde, não é novidade. Ele nomeou, ele acredita, ele sustenta. Isso é equilíbrio de liderança; desequilíbrio seria sabotar a secretária, se pode demiti-la a qualquer momento.
Iris foi forjado na luta, fazendo o que entende que precisa ser feito, o que significa contrariar interesses. Para dizer o mínimo. Governador, ministro, prefeito quatro vezes. Não é pouco.
Ele forçar a barra na relação com os vereadores, também não espanta. Sempre foi assim. Prefeito e vereadores não vivem no paraíso. E que bom que se desentendam às vezes, porque o entendimento absoluto é apenas sinônimo de negociação certa. Negociação é o que boa parte dos vereadores querem. Ou não?
Neste pouco tempo de administração irista em Goiânia, o que tem subido o tom é a grita dos aliados, o fogo amigo. Se antes tudo ficava no embate político, a pancadaria nos bastidores tem ido um pouco mais longe. Para o campo pessoal.
Iris é mais alvo de companheiros contrariados com interesses igualmente contrariados do que de adversários interessados em desgastá-lo.
Gente magoada não porque ele está sendo um governante ruim para a cidade, e sim porque ele não tem atendido pedidos e aceitado pratos feitos de grupos velhos no usufruto do poder.
Iris ainda não chegou ao ponto de ser marcado como péssimo prefeito. Longe disso. Ele mesmo tem dito que está colocando a casa em ordem. Pode não conseguir. Pode não repetir feitos de outrora. Mas, por ora, segue o fluxo.
No encontro com o governador Marconi Perillo (PSDB) nesta terça, Iris inclusive mostrou como anda sua veia. Segue focado.
Governador e prefeito se entenderem bem é sinal de sociedade saudável.