Era uma vez um PMDB. “No Mauro Miranda é o Iris que manda”, dizia um dos principais nomes do partido (o próprio), dando a medida do que representava o ícone maior, Iris Rezende, e este PMDB.
Agora, no Mauro Miranda, Iris não manda mais. O PMDB mudou.
Mauro está posto coordenador da campanha de Júnior do Friboi, que já deixou claro que só quer Iris para juntar voto, como peão que ajuda a juntar gado.
Até este momento único, muitos peemedebistas tinham aderido a Friboi, sob o argumento de que Iris diz que não é candidato, e se ele não quer, tem quem quer…
Com a adesão de Mauro, a coisa muda.
Mauro não é um deputado aderindo por conveniência. Não é um prefeito gostando da conversa. Não é um. É Mauro. É o PMDB de Iris aderindo a Friboi.
Significa que o silêncio de Iris está fazendo vítima. Mauro? Nada. Ele próprio.
O refresco da passagem Duda Mendonça por Goiás deu o que tinha que dar: um tempinho a Iris.
Deu tempo também para Friboi conquistar, bem, o amor, de Mauro. E, com este amor, a imagem de um PMDB que definitivamente escapa de Iris.
Daqui a pouco, Iris será não mais o líder, e sim refém de seu discurso, de sua lealdade ao partido, de sua estratégia velha de guerra.
Silêncio demais. Este é Iris.
Quer dizer demais. Às vezes diz uma coisa; outras vezes, que era uma vez um Iris, e um PMDB.
Só Iris não muda? Na muda, pode se derrotar.
Vassil Oliveira
Jornalista. Escritor. Consultor político e de comunicação. Foi diretor de Redação na Tribuna do Planalto, editor de política em O Popular, apresentador e comentarista na Rádio Sagres 730 e presidente da agência Brasil Central (ABC), do governo de Goiás. Comandou a Comunicação de Goiânia (GO) e de Campo Grande (MS).