28 de agosto de 2024
Publicado em • atualizado em 03/06/2017 às 14:52

Iris empurra escolha do líder na Câmara e confunde aliados e adversários

Iris foi reprovado por 33% e aprovado por 58% dos goianienses (Foto: Paulo José)
Iris foi reprovado por 33% e aprovado por 58% dos goianienses (Foto: Paulo José)

Uma das perguntas recorrentes no meio político em Goiânia é: por que o prefeito Iris Rezende (PMDB) ainda não indicou o seu líder na Câmara?

Dias atrás, em entrevista à TVDG, ele afirmou que já tinha um nome na cabeça, e que revelaria logo. Não revelou.

Natural que não o tenha feito isso na visita à Câmara no início da semana. Não era hora. Ali o momento era de baixar a tensão com os vereadores. Mas, depois, nada também.

A argumentação de que ele está perdido não é razoável, porque não bate com a realidade. Iris está tranquilo. E firme nas decisões. Ciente de seus atos no Paço.

Para quem o conhece bem, ele está apenas ganhando tempo, enquanto resolve questões pontuais. Quais questões? Não está esticando demais a corda?

Perguntas boas, respostas variadas.

Para colocar a casa em ordem, como vem repetindo; para ver com quem pode realmente contar;

Até agora não há objetivamente nada que mostre que a situação esteja fora de controle na Câmara. Fora os jogos de cena na tribuna e as bravatas diante de microfones, os embates estão mais para guerras particulares de vereadores do que para risco efetivo de governabilidade.

Denúncias e críticas, em geral, além de legítimas principalmente quando feitas no Legislativo, são boas para administrações. Prefeitos espertos usam isso como oportunidade, por exemplo, para calibrar os atos de seus auxiliares. Vejam como Iris reage aos ataques e denúncias: esbraveja, porém se mexe.

Há, evidentemente, a possibilidade de que ele não esteja ciente de todos os problemas na Câmara. E, por achar que lá está tudo bem, protela as coisas. Mas isso é pouco provável, porque ele tem recebido vereadores, e ouvido bastante reclamações. Novamente, a explicação não parece ser por aí.

Ao propor aos vereadores que indiquem eles próprios o líder, o prefeito jogou. Deu corda. Os vereadores naturalmente não vão indicar ninguém, visto que não há um nome que desponte; visto ainda que, vale repetir, as guerras particulares na Casa estão acirradíssimas. Sem falar que Iris não é de aceitar qualquer escolha.

Voltamos ao ponto. Entender Iris ainda é o xis da questão.

E agora, tome mutirão! Com mutirão, todos sabem, Iris Rezende sempre fica mais forte. 

Vassil Oliveira

Jornalista. Escritor. Consultor político e de comunicação. Foi diretor de Redação na Tribuna do Planalto, editor de política em O Popular, apresentador e comentarista na Rádio Sagres 730 e presidente da agência Brasil Central (ABC), do governo de Goiás. Comandou a Comunicação de Goiânia (GO) e de Campo Grande (MS).