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Ei, ei, Eymael é o refrão mais batido das campanhas eleitorais. Desde 1989, o advogado e empresário José Maria Eymael, se candidata à presidência pelo PSDC, hoje Democracia Cristã. Neste último pleito presidencial de 2018, Eymael manteve o jingle, e acrescentou outro bordão: “Sinais, fortes sinais”.
Na política são os sinais que identificam os rumos deste ou daquele líder. São os gestos que traduzem a intenção. É que na política a palavra pode estar sujeita a ser dita e depois desdita. Os sinais não. Depois de feitos, não voltam atrás.
Ontem, durante a apresentação de contas da prefeitura de Goiânia à Câmara Municipal, o prefeito Iris Rezende (MDB) foi interpelado pelo vereador Clécio Alves, que também é do seu partido, que na bucha pediu para ser o seu vice na sucessão de 2020.
Iris resumiu-se a dizer “tudo tem o seu momento, tudo tem a sua dimensão”.
Faltam um ano e seis meses para o final do mandato, mas considerando o calendário eleitoral, apenas um ano para as definições sobre chapas, candidatos, coligações.
O prefeito retomou neste ano o seu estilo de tocador de obras. Lançou um pacote que destina R$ 1 bilhão para construção de creches, escolas, pavimentação de bairros que ainda não tem asfalto e recapeamento das principais ruas e avenidas da capital, além da construção de viadutos, trincheiras, da conclusão do BRT Norte-Sul, extensão da Avenida Leste-Oeste, construção de mais um hospital municipal, além de outros benefícios.
Os mutirões e frentes de serviço estão à todo vapor.
O prefeito tem uma agenda extensa que combina tanto as atividades administrativas, no âmbito do Paço Municipal, e outra externas, de contato com a sociedade.
É uma agenda de candidato? Pode ser que sim, mas também pode ser o zelo de quem, aos 86 anos, tem consciência de que esta pode ser a última gestão. E Iris prometeu nos palanques que esta seria “a mais bela administração de minha vida”.
Mas a política está no sangue e corre forte nas veias do octagenário prefeito. A idade, ao invés de lhe tolher as forças parece ter-lhe dado inspiração. Ulysses Guimarães, o “Senhor Constituinte”, que como presidente da Câmara Federal legou ao país a Constituição de 1988, partiu abruptamente em 1992, vítima de acidente de helicóptero, quando tinha 76 anos. Candidato à presidência da República em 1989, então com 73 anos, foi questionado por um repórter, de onde ele tirava tanta disposição e vitalidade para cumprir a dura agenda de comício, caminhadas e reuniões em todos os cantos do país. Singelamente Ulysses respondeu: “a política dá tesão”!
Iris é um dos últimos grandes políticos que participou das jornadas cívicas da redemocratização, quando perfilou-se ao lado de Ulysses Guimarães, Tancredo Neves, Teotónio Vilela, Leonel Brizola, Lula, Miguel Arraes e outros na Campanha Diretas Já. Faz parte de uma turma que tinha noção exata do tempo da política. E por ter esta experiência, ele tem noção do momento certo para se colocar no palco das decisões eleitorais.
Enquanto o momento não chega, ele emite sinais, fortes sinais.