02 de setembro de 2024
Publicado em • atualizado em 28/07/2014 às 01:59

Iris, a intuição e o ataque a Dilma

Como interpretar as críticas do candidato a governador de Goiás, Iris Rezende (PMDB) sobre a presidente Dilma Roussef e o relacionamento institucional com o goverrno de Goiás, dirigido por Marconi Perillo? O peemedebista revelou-se incomodado com o fato do governo goiano ter acesso a créditos financeiros junto ao Governo Federal. Em uma única frase, Iris Rezende pontuou o principal assunto da eleição na semana que passou.

“A presidente da República encheu o Marconi de dinheiro e está deixando o Paulo Garcia sofrer sozinho aí”, disse o candidato, numa entrevista em que foi questionado sobre a situação da prefeitura de Goiânia na administração petista. Ele acertou ou errou com a crítica? Talvez, nem uma coisa nem outra.

Os apaixonados e aliados do peemedebista poderão dizer que ele falou uma verdade que está na garganta dos aliados do PT, em Goiás. Aliás, o assunto sempre foi falado em conversas de pé de ouvido e em rodas onde o assunto eleitoral esteve na pauta. Perguntam: Por que o Governo Federal emprestou dinheiro para salvar o governo Marconi?

Outros, como o prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela (PMDB) falaram com mais razão sobre o assunto do que preocupação eleitoral. Ele tem razão: a presidente Dilma Roussef atende a todos, independente do partido. E era assim com Luís Inácio Lula da Silva, também. Mas, ele não é a voz que predomina dentro do PMDB.

Por outro lado, a contestação à afirmação de Iris Rezende pode ser avaliada como uma reação eleitoral contaminada pela campanha em que ele busca superar o atual governador, Marconi Perillo. Estaria o peemedebista tão envolvido com Ronaldo Caiado, adversário explícito dos petistas, influenciando Iris Rezende a tal ponto de ele jogar com a possibilidade de rompimento com Dilma Roussef? Ainda é cedo para avaliar, mas é sintomático.

Na semana que passou, Iris Rezende foi protagonista de um discurso que abre manchetes, que pauta as notícias, mas, dá resultado eleitoral? Iris Rezende foi ele mesmo: um político experiente, que orienta suas ações por alto grau de intuição. Agora, em campanha, ele fala mais. Diferente do período da pré-campanha em que media muito as palavras.

Agora, é diferente. A intuição de Iris Rezende está ativa. Não é o marketing político que dirige, não são as pesquisas qualitativas, nem conselho político, nem assessores. A campanha peemedebista é Iris Rezende em carne, osso e intuição, por enquanto. 

Altair Tavares

Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .