A valor de R$287 milhões que o governo de Goiás não repassou ao IPASGO é mais um ingrediente da crise financeira da administração. Sem recursos, o órgão negociou, em reunião na manhã desta sexta, 25, pagamento a hospitais, clínicas, médicos e laboratórios.
O presidente do IPASGO, Silvio Fernandes, informou, ao Diário de Goiás que conseguiu um acordo que levará ao pagamento de uma parte da dívida equivalente a R$112 milhões.”A gente conseguiu, através esforço com a secretaria da fazenda, e do planejamento nos ajudando, fazer o pagamento de outubro e o saldo de setembro que está em atraso, fazer o pagamento integral no dia 6 (de fevereiro).
Segundo ele, o atraso no pagamento de novembro à rede conveniada será negociado após o acerto de um cronograma de repasses do desconto no salário dos servidores e crédito para o IPASGO.”(Vamos) Pagar o mais rápido possível”, prometeu o presidente.
O governo de Goiás descontou a parte do instituto do salário de novembro e não repassou. Isso pode ser entendido como apropriação indevida. E, com o não pagamento da folha de dezembro, o IPASGO é prejudicado, também pelo não repasse enquanto os servidores vão à rede conveniada e têm a assistência regularmente.
Radioacidentados
O IPASGO dá assistência à saúde dos radioacidentados do Césio 137 e a conta é paga pelo governo de Goiás. Ocorre que o governo goiano deve R$89 milhões ao instituto por recursos não transferidos.
Promessa
Para Sílvio Fernandes, o governo de Ronaldo Caiado não vai praticar o mesmo que a gestão anterior fez: Descontava e não repassava o dinheiro devido para o IPASGO e usava o recurso para o pagamento de outras obrigações. Ou seja, a quitação era feita com a folha líquida enquanto os consignados ficavam em atraso.
“Esta foi a primeira pergunta que eu fiz à secretária da fazenda Cristiane Schmidt. Eles já estão estabelecendo o cronograma para repassar a parte consignada em dia”, informou Fernandes.
Redução do déficit
O IPASGO opera, hoje, com déficit nas contas entre a arrecadação e a despesa de assistência aos servidores que gira entre R$10 e R$20 milhões por mês. Para conter a situação, a presidência do órgão está elaborando um estudo para o ajuste da conta que já começou com a diminuição da folha de pagamento.
Altair Tavares
Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .