O fato é: o meu, o seu, o nosso Twitter, e-mails o Facebook e a nossa vida estão completamente vulneráveis, e algumas pessoas estão se aproveitando disso de forma ruim – para dizer pouco.Muitos são alvo direto de uma invasão de privacidade. Outros, podem ser a qualquer momento. E quanto não sabemos? E quanto foi feito e está escondido?
Foi o que mostrou de forma clara a revista Carta Capital. Ponto.O assunto é negativo para o governo de Goiás. Este é outro fato. A mando do governador, ou em seu nome, há aliados seus agindo de maneira pouco republicana – também para dizer pouco.
Vale a discussão sobre Jornalismo? Sempre vale. Mas se a discussão for por aí, que falemos também, então, dos veículos que denunciam isto da Prefeitura, mas escondem aquilo do Estado, ou vice-versa; que acham abominável que um prefeito se comporte deste modo, mas fazem vista grossa em relação ao governador, ou vice versa…
Também vale a discussão sobre o comportamento deste ou daquele jornalista, porque um é do governo e o outro é da oposição? Igualmente: sempre vale. Mas por que o argumento de quem está no governo é mais coerente ou mais relevante e merece mais atenção do que o de quem não está no governo? Ser visto como de oposição desqualifica um raciocínio, uma denúncia, tudo? E a defesa do governo, merece total aceitação e pronto?
O governo de Goiás tem muito o que explicar e fazer em relação à denúncia da revista Carta Capital. Está diretamente envolvido porque tudo foi feito sob seu manto. Fato.Ou não? Ou o governo nada precisa dizer porque tudo é coisa da oposição e, por isso, deixa estar, esquece, derruba a pauta? Nesse caso, quem realmente NÃO faz jornalismo?
Fato – mais um – é que, desde que a denúncia veio à tona, o governo colocou em campo – e nas redes sociais, principalmente – sua pesada máquina de Comunicação para desviar o assunto. E tem conseguido, com a discussão de Jornalismo, de que tudo é situação ou oposição etc. etc. etc…
Enquanto isso, eu, você, todos nós podemos estar com a privacidade sendo invadida neste momento. Da situação e da oposição. E até aqueles que se julgam neutros, isentos, ou sem posição alguma, se é que isso de fato é possível. E o que fazemos?
Mudamos de assunto.
E que fiquem registradas as palavras da jornalista Fabiana Pulcineli, em seu artigo hoje em O Popular. Pra mim, isso é bom senso.
COM QUEM ANDAS
Não há provas de que o governo patrocinou a arapongagem (ou tentativa de) mostrada pela revista Carta Capital. Mas o casal acusado de articular os grampos atuou sempre em sintonia com auxiliares da comunicação do governo, cumpria ordens de assessores do governador e recebia elogios do perfil de Marconi nas redes sociais. Os métodos e o estilo na internet foram sempre aplaudidos pelo governo. A associação, então, é inevitável. Que sirva de alerta para a necessidade de uma comunicação mais profissional, técnica e de alto nível.
Jornalista. Escritor. Consultor político e de comunicação.
Foi diretor de Redação na Tribuna do Planalto, editor de política em O Popular, apresentador e comentarista na Rádio Sagres 730 e presidente da agência Brasil Central (ABC), do governo de Goiás. Comandou a Comunicação de Goiânia (GO) e de Campo Grande (MS).
