A reunião da presidente Dilma Roussef (PT) com os governadores representou um marco importante da democracia brasileira, sem dúvida. E, além disso, evidenciou uma atitude política ousada da articulação política presidencial, afinal, o encontro contou, também com governadores oposicionistas. Entre eles, Marconi Perillo (PSDB) que, além de participar, foi mobilizador do evento entre seus aliados. Qual o saldo da ação política para o bem dos interesses nacionais?
A ação política dos chefes do Poder Executivo, nas instâncias federal, estadual e municipal, é muito difícil quando buscam os interesses de municípios, estados e da Nação. Há muita dificuldade para o convencimento de atores sociais, lideranças, partidos, eleitos, para uma convergência na busca do que é mais importante para a coletividade. O esforço da presidente Dilma Roussef é gigantesco, mas, talvez, seja uma ótima alternativa para o desgastado governo feito por ela, até agora.
Qual é o principal interesse da Nação brasileira, hoje? Sem dúvida, que é sair da crise e retomar o crescimento e o ambiente de investimentos e de perspectiva positiva para a renda dos brasileiros. Em síntese, esse é o maior objetivo que deve ser perseguido por todos, da situação ou da oposição. A quem interessa que o país mergulhe cada vez mais numa crise econômica? Quem perde com a crise? Alguém ganha algo com o ambiente de dificuldade econômica?
A presidente tem razão ao dizer que o impacto de decisões tomadas no calor da disputa política no Congresso Nacional prejudicam o caixa público. Criar despesas, ou impedir a redução delas, impacta diretamente no Tesouro Federal, mas também nos Estaduais e Municipais. Afinal, o caixa do Governo Federal mingua a disponibilidade de financiamento e parcerias com os governos estaduais e municipais. E, pontuou muito bem a presidente ao dizer que todos querem cumprir o que prometeram.
Além das pautas que são críticas no Congresso Nacional, o Governo Federal e os Estaduais tem a obrigação de compartilhar ações e objetivos para promover o bem para os cidadãos. E, agora, colaborar para o maior interesse da Nação. Isso, sim, é republicanismo na prática.
Assim, é coerente interpretar que o encontro da presidente Dilma Roussef com os governadores foi um marco para a democracia, pois os que governam tem obrigação, primeiro, com o povo e com o Estado, e menos com seus partidos e conveniências político-eleitorais. O segundo semestre de 2015 começa com a possibilidade de um novo ambiente político que pode colaborar para uma nova perspectiva econômica e isso é o que importa: sair da crise econômica.
Altair Tavares
Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .