Embora tente surfar na onda de críticas ao relatório final do mensalão e se colocar como vítima do PT, o governador Marconi Perillo (PSDB) não foi poupado pela imprensa sobre suposto envolvimento com o bicheiro Carlinhos Cachoeira.
Os veículos nacionais deram novamente sinais de que não compraram a versão de que as denúncias geradas da Operação Monte Carlo são apenas uma retaliação ao tucano por ter alertado o presidente Lula sobre o mensalão em 2005.
O editorial “O triste fim da CPI do talião” publicado na edição de quinta-feira, 22, do Estadão faz duras críticas ao relatório final da CPI. Bate duro no ex-presidente Lula, mas não poupa o governador Marconi Perillo.
“Já então se sabia que o patrono (Lula) faria dela (CPI) um instrumento pessoal de vingança contra um dos políticos comprometidos na cadernetinha do bicheiro goiano Carlinhos Cachoeira – o governador tucano de Goiás, Marconi Perillo.”
Assim como o Estadão, o colunista da Folha de S.Paulo e do portal UOL, Josias de Souza, também apontou que o governador de Goiás não passa ileso aos tentáculos do chefe da máfia da jogatina. Marconi é citado como “enrolado” – e pela segunda vez – no texto do jornalista que critica duramente o relatório final da CPI do Cachoeira.
“O documento sugere o indiciamento de personagens já processados (Cachoeira e seu bando). Alegria. Indicia pessoas que nem sequer foram investigadas (o repórter de ‘Veja’ Policarpo Júnior, por exemplo). Júbilo. Pede a criminalização de políticos que, enrolados, já respondem a inquéritos nos tribunais (os tucanos Marconi Perillo e Carlos Leréia)”, escreve Josias de Souza.
Na revista Época online, é publicada a reafirmação de uma reportagem já feita pela revista com indícios de que teria havido transferência de um milhão de reais do esquema de Cachoeira para o governador Perillo. O assunto foi extensamente abordado no relatório da CPMI do Cachoeira (ítem 1.2)
Um detalhe curioso foi a repercussão desses textos. Na tentativa de colocar Marconi Perillo como vítima do relatório final da CPI, assessores e aliados do governador espalharam nas redes sócias seus links na internet. “Sabia estratégia” Ajudaram a dar ainda mais publicidade negativa ao chefe e vincular a imagem do governador de Goiás ao do contraventor Carlinhos Cachoeira.
Altair Tavares
Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .