19 de novembro de 2024
Publicado em • atualizado em 05/05/2017 às 17:05

História da Estrada de Ferro Goyaz é apresentada a estudantes de Bonfinópolis

Samuel Straioto durante palestra na cidade ferroviária de Bonfinópolis (Foto: Prof Lázaro)
Samuel Straioto durante palestra na cidade ferroviária de Bonfinópolis (Foto: Prof Lázaro)

Transporte Ferroviário não se resume a um “trem” que leva de um lugar para outro lugar, cargas e pessoas. A ferrovia carrega histórias de um povo, faz reacender memorias de famílias, trabalhadores, amigos. Uma ferrovia não é envolvida apenas por ferro nos trilhos, pedras no lastro, madeira nos dormentes, concreto nas estações. Sentimentos, lembranças, desejos, esperanças também cercam o mundo ferroviário.

No próximo dia 27 de maio, a Estrada de Ferro Goyaz completa 105 anos no próximo dia 27. Elementos descritos acima, foram apresentados nesta sexta-feira (5), a alunos do Colégio Estadual Presidente Castelo Branco, em Bonfinópolis.

Os estudantes conheceram um pouco da história, da memória da ferrovia e as perspectivas desta centenária “senhora de ferro”. Como pesquisador ferroviário, apresentei palestra aos alunos do 3° anos do ensino médio. Em pauta, as Memórias dos Trilhos, um passeio pela origem, desenvolvimento, contos de ferroviários e projetos para o futuro da ferrovia.

A cidade de Bonfinópolis só existe devido à ferrovia. Nos anos 1950 foi inaugurado o trecho Leopoldo de Bulhões-Goiânia. O núcleo urbano foi formado a partir da chegada da estrada de ferro. Trabalhadores se fixaram na região, constituíram famílias e assim a cidade começou a crescer.

Os estudantes conheceram a história, mas ficaram sabendo principalmente sobre as memórias contadas pelos ferroviários, incluindo algumas histórias do cotidiano, algumas como a da origem do lugar onde foi edificada a estação ferroviária. Foi construída abaixo do núcleo urbano pelo fato de comerciantes negarem café e lanche para responsáveis pela construção.

A estação que deveria ficar em melhor localização, ficou mais distante do núcleo urbano. A falta do café, foi amarga naquele período. Hoje a amargura é pelo abandono da estação ferroviária da cidade.

Um dos frutos da palestra foi ouvir de alunos como Ana Paula Gonçalves de 17 anos, que a ferrovia tem importância para a cidade dela. Ela entendeu que atrás de estações, trilhos, há significados importantes, que cada elemento está ligado a origem da cidade. Da mesma forma foi o sentimento que teve a estudante Giovanna Moreira de 16 anos. Para ela, é importante preservar a história e a memória da ferrovia que ajudou a formar e a desenvolver a cidade.

Nestes 105 anos da Goyaz fica a lição de que é importante não só apenas conhecer o passado e reconhecer a importância dele para o presente, mas valorizar o sentimento de preservar as histórias e memórias para a atual e as futuras gerações.