Quando Hailé Pinheiro chegou ao Goiás Esporte Clube na década de 60, a galeria de taças da agremiação estava vazia. Hoje o clube possui o maior número de conquistas no Estado e carrega o status de maior da região Centro-Oeste.
Foram 59 anos de dedicação ao Goiás. Lá atrás o dirigente fez essa escolha e acabou abrindo mão de muitas coisas. No final, mesmo sempre dizendo que o Verdão era “um carma” na sua vida, acredito que tenha sido prazeroso essa caminhada. É certo que ela foi vitoriosa.
E quando destaco vitórias não estou falando apenas dos títulos, mas principalmente da lágrima do torcedor na despedida ou no Projeto de Lei que tramita na Câmara dos Vereadores, que vai dar a avenida que contorna o centro de treinamento do clube, o seu nome.
Um Goiás sem Hailé Pinheiro era algo que todos sabiam que iria acontecer em algum momento, só que ninguém dentro da Serrinha trabalhou mais para preparar esse cenário, do que o próprio Hailé.
Relutou por anos com a possibilidade de ver um filho na presidência do clube. Na reta final de sua vida, abençoou Paulo Rogério. Preparou sua saída do comando do Conselho Deliberativo, escolhendo Edminho Pinheiro, como seu sucessor.
A família Pinheiro nos dois principais poderes. Paulo e Edminho carregam o nome, o amor e muitas das qualidades do mentor. Estão agora na linha de frente do clube em um momento chave para o futebol brasileiro.
O Goiás vai virar uma empresa? Quem serão os donos dessa empresa? Quais seus objetivos? Para onde vai caminhar a equipe? E a Liga de Clubes? Qual o papel e a importância da agremiação na mesa de discussões?
Hailé com toda sua experiência poderia tocar o processo e entregar o Goiás para o melhor projeto e fazer a melhor escolha. Mas certamente não seria algo confortável para ele que começou lá atrás essa caminhada e agora ver um novo Goiás, longe do seu controle.
Não estará aqui para viver esse momento. Deixou a batata quente para o filho e sobrinho. Um “presente de grego”, mas que eles possuem credenciais para abrir e dar o próximo passo para o crescimento alviverde.