As imagens do racismo de torcedores do Valência contra o brasileiro Vinícius Júnior, do Real Madrid, causam indignação e revolta. Difícil entender que em 2023, atos criminosos como esses aconteçam em um estádio de futebol.
Mais difícil do que explicar que uma pessoa chame o próximo de “macaco”, é compreender a falta de empenho da La Liga – que é a entidade que organiza o Campeonato Espanhol. Os casos recorrentes de racismo não são combatidos e punidos de forma dura, como precisam ser. Notas divulgadas para imprensa e hastags nas redes sociais não resolvem o problema.
A falta de ações causa uma estranheza tão grande, que me leva a pensar se o racismo não estaria impregnado também na La Liga.
As declarações de Javier Tebas, presidente da La Lia, beiram o absurdo. O dirigente após os atos criminos contra Vinícius Júnior em Valência afirmou: “Já que aqueles que deveriam não te explicam o que é que LaLiga pode fazer nos casos de racismo, tentamos nós explicarmos, mas você não se apresentou em nenhuma das datas acordadas que você mesmo solicitou. Antes de criticar e injuriar LaLiga, é necessário se informar adequadamente, Vini Jr”.
A reação de Javier Tebas veio após o atacante brasileiro se posicionar nas redes sociais: “Não foi a primeira vez, nem a segunda e nem a terceira. O racismo é o normal na La Liga. A competição acha normal, a Federação também e os adversários incentivam. Lamento muito. O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi hoje é dos racistas. Uma nação linda, que me acolheu e que amo, mas que aceitou exportar a imagem para o mundo de um país racista. Lamento pelos espanhois que não concordam, mas hoje, no Brasil, a Espanha é conhecida como um país de racistas. E, infelizmente, por tudo o que acontece a cada semana, não tenho como defender. Eu concordo. Mas eu sou forte e vou até o fim contra os racistas. Mesmo que longe daqui”.
Vinícius Júnior grita por socorro contra o racismo.