Era para ser uma jogada de marketing, porém virou um tiro no pé a contratação de Bruno pelo Boa Esporte que será adversário da dupla Goiás e Vila Nova no Campeonato Brasileiro da Série B. Repercutiu negativamente a chegada do goleiro para o clube mineiro que perdeu vários patrocinadores em menos de uma semana.
A liberação do jogador, que foi considerado um dos principais de sua posição quando defendia as cores do Flamengo, sem ser julgado causou indignação na sociedade e mostrou o quanto o nosso sistema judiciário precisa ser melhorado.
Nas conversas com companheiros de profissão a maioria é contra a atitude do clube mineiro que buscou as manchetes de jornais e o destaque no noticiário esportivo, mesmo que negativamente. É bem o conceito da frase: “falem mal, mas falem de mim”.
A pessoa quando sai da prisão é vista por desconfiança na sociedade. É difícil arrumar um emprego e essa realidade é bem clara quando você se questiona: Eu contrataria um pedreiro que ficou preso devido a um assalto? Colocaria meu filho para se aluno de um professor que matou uma pessoa?
A minha resposta, é provavelmente a sua. A ressocialização é um processo difícil na cultura do brasileiro. Outro agravante é o nosso sistema penitenciário, que trata com descaso o detento. A maioria deixa a prisão em uma condição pior do que quando entrou e isso assusta a população.
Bruno deveria estar preso e não sendo tratado com status de grande contratação de um clube profissional. Se tivesse cumprido sua pena pelo crime cometido, o que não é o caso, as portas do futebol deveriam mesmo assim, estarem fechadas para o goleiro assassino.
É inconcebível imaginar que um torcedor possa bater palmas para quem matou outra pessoa e saiu dando risada do nosso sistema judiciário que não teve competência para julgar um crime que aconteceu em 2010.
Como o torcedor do Boa Esporte vai levar o filho para ver uma partida do time e explicar que o goleiro matou uma mulher e ainda sim está ali em baixo das traves fazendo defesa.
A volta de Bruno ao futebol não tem defesa.