Tecnicamente ficou bem claro que o Campeonato Goiano precisa melhorar muito para a próxima temporada. E o atestado está nas medidas que os principais clubes do estado estão tomando para disputa do Brasileiro da Série B que começa na sexta-feira, 13 de maio.
O Vila Nova já contratou um time inteiro de reforços, no Atlético mudança de técnico e a chegada de novos jogadores e o Goiás que festejou o título também está no mercado para qualificar seu elenco para disputa do Brasileirão, já que a exemplo da conquista do Goianão – o Verdão tem a obrigação de conquistar o acesso.
A conquista esmeraldina foi justa. Dono da melhor campanha durante toda a competição, o Goiás somou nove pontos de vantagem diante do Anápolis que foi o adversário na decisão. Mas em campo, o time não mostrou grande coisa e o rendimento foi muito questionado durante boa parte do campeonato. Haile Pinheiro, que é o principal nome vivo na história do Goiás deixou isso claro nas suas últimas declarações.
Público pequeno e fantasma
A média registrada na competição foi de 4.202 pagantes por jogo. Poderia até ser uma média aceitável, mas ela é mentirosa quando levamos em conta a presença real nos estádios.
Nos jogos do Itumbiara no Estádio JK, tivemos um público fantasma e sempre divulgado como de 10 mil pagantes. Na verdade não se chegava a 3 mil pessoas nas partidas.
No Jonas Duarte, em menor escala em relação a Itumbiara, mas também tivemos um público divulgado inferior ao presente no estádio.
Pontos Positivos
– Por mais que isso não tenha sido registrado com a presença do torcedor no Serra Dourada, a volta do Vila Nova e por consequência a rivalidade com o Goiás movimentou em muito momentos a competição.
– Quem também retornou e realizou uma campanha superando as expectativas foi o Anápolis. O Galo da Comarca eliminou o Atlético e vendeu caro o título para o Goiás.
– Destaque também para a arbitragem. Os homens do apito tiveram grandes atuações, superando na maioria dos momentos a qualidade apresentada por jogadores nas quatro linhas.
Pontos Negativos
– O desempenho dos três times da capital, mesmo com todos chegando as semifinais, não foi bom. O Goiás mereceu o título, mas não apresentou futebol de campeão. O Atlético pelo segundo ano consecutivo ficou fora da decisão, coisa que virou rotina para o clube desde o ressurgimento em 2005. O Vila Nova foi um grande adversário para o Goiás nas semifinais, mas ao longo da fase de classificação não mostrou em campo o que era esperado pelo seu torcedor.
– O primeiro clássico do Goianão 2016 é algo para nunca ser esquecido. Foi uma “burrice”, e me desculpe o termo: mas um jogo com torcida única para Vila x Goiás foi um absurdo. Era para evitar confusão, mas a pancadaria correu solta entre torcedores colorados. A Polícia e a Justiça precisam fazer suas obrigações e não jogar a poeira para baixo do tapete.
– A Aparecidense que foi vice em 2015, não apresentou o rendimento digno para o elenco que foi formado. Se por um lado merece elogios por conta das campanhas na Copa do Brasil e Copa Verde, por outro ficou devendo no Campeonato Goiano.
Melhores Jogadores
– Carlos Eduardo jogou a decisão contra o Anápolis sem as condições ideais. Com uma inflamação no púbis, o atacante foi para o sacrifício e não teve boa atuação. Só que o seu campeonato merece muitos elogios – sendo o mais jovem entre os titulares do Goiás, ele decidiu muitos dos jogos para o Verdão.
– O principal jogador entre os representantes do interior foi o meia Felipe Baiano do Anápolis. O futebol mostrado em campo arrancou elogios inclusive no campeão Goiás. A dúvida é se ele conseguiria a mesma performance em um time da capital.
– Se a campanha do Dragão não foi a dos sonhos do torcedor, ela poderia ter sido pior se não fosse o sistema defensivo. O Atlético terminou o Campeonato Goiano como time de melhor defesa. O goleiro Márcio pra mim mais uma vez liderou esse setor da equipe.
Algumas Decepções
– Se tinha um atleta que o torcedor do Vila Nova depositava suas expectativas – era o centroavante Frontini. Mas do primeiro até o último jogo, o colorado que é ídolo da galera vilanovense recebeu muito mais vaias do que aplausos. Grande parte da torcida chegou a considerar sua saída para outro clube como necessária.
– Maior contratação do Goiás no início da temporada, o meia Daniel Carvalho não justificou esse status. Sua participação em campo foi discreta, com apenas uma assistência e nenhum gol marcado. As contusões atrapalharam e deixaram o atleta durante 80% da competição no departamento médico.
– A maior contratação do Anápolis para disputa do Goianão foi o atacante Lenílson. Jogador rodado e com títulos nacionais conquistados, ele parece não ter tido o comprometimento esperado pelo clube, tanto que após sua dispensa o Galo cresceu na competição.