30 de agosto de 2024
Publicado em • atualizado em 04/09/2018 às 18:32

Goiânia cai no ranking de cidades da Macroplan

A terceira edição do estudo Desafios da Gestão Municipal -DGM, da consultoria Macroplan, que avalia a evolução de 160 indicadores em quatro áreas essenciais – saúde, educação, segurança e saneamento & sustentabilidade – nos 100 maiores municípios do País em termos de população (mais de 273 mil habitantes) – revelou grandes diferenças na capacidade de entregar resultados em serviços essenciais à população.  Para indicar o desempenho global de cada cidade, a consultoria criou um indicador sintético, composto por um cesta de 15 indicadores de todas as áreas analisadas, o IDGM – Índice Desafios da Gestão Municipal. O IDGM varia de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1, melhor o desempenho do município.

Entre as 15 primeiras colocadas no ranking geral do DGM-2018 destacam-se dez cidades do interior de São Paulo. Maringá (PR) é  a primeira colocada no ranking geral e Ananindeua (PA) está na lanterna entre as cidades analisadas. Goiânia está na 42ª colocação.  A cidade recuou  seis posições em relação à colocação obtida em 2006, quando ocupava a 36ª colocação. 

Goiânia tem destaque na área de saneamento: é a 21ª colocada no ranking desta área entre as 100 cidades pesquisadas. Na década, contudo, a capital recuou três posições neste campo (em 2006 ocupava a 19ª colocação). As posições nas outras áreas são: 54ª em educação/2017 (avanço de  19 posições na década. Em 2007 estava em 73º lugar); 71ª em segurança (ocupava a 55ª posição, em 2006)

A pesquisa da Macroplan demonstra que, nos últimos anos, a escassez de recursos financeiros foi  generalizada e semelhante nas 100 cidades. A receita subiu 13,6%, de 2010 a 2016, mas o crescimento da despesa foi maior (16,8%), puxada pelos gastos com pessoal e custeio, restando cada vez menos espaço para investimentos, que teve queda de 16,4% nos últimos cinco anos.  Ainda assim, o levantamento destaca que na década houve ganhos generalizados nos municípios estudados. As cidades que apostaram em novas soluções tiveram progressos relevantes. 

O estudo ressalta que os líderes municipais terão que trabalhar com cobranças múltiplas, em contexto de forte escassez de recursos e acentuadas restrições burocráticas e legais. Encontrar novas soluções para esses dilemas, dentro deste cenário, é o grande desafio que se coloca para os prefeitos, legisladores e gestores públicos municipais.  “Enquanto alguns municípios ficaram focados na agenda de curto prazo, outros conseguiram superar as adversidades do atual cenário e se modernizaram, com planejamento, foco e cooperação. Cidades com estruturas similares entregaram resultados muito distintos. Mais do que reduzir custos, é preciso obter ganhos contínuos de produtividade e eficiência na gestão pública,” destacou o diretor da consultoria, Glaucio Neves, coordenador geral do estudo. 

Outro desafio da gestão municipal é a necessidade de incorporar as tendências contemporâneas de expansão da economia digital, da hiperconectividade, da economia compartilhada e do aumento da longevidade da população.   Para Adriana Fontes, economista sênior da Macroplan e responsável técnica pelo estudo, buscar os casos de sucesso de outras cidades e se espelhar nos melhores exemplos como inspiração é uma forma de ganhar tempo e poupar recursos. 

CIDADES SIMILARES

Para permitir comparações mais equilibradas entre as diferentes cidades que compõe o DGM, a Macroplan agrupou os municípios em oito subgrupos, levando em conta variáveis relacionadas à disponibilidade de recursos e a complexidade de gestão. A partir desta análise por grupos é possível quantificar o desafio de determinada cidade em relação ao primeiro lugar do seu grupo nos 15 indicadores.

O grupo de cidades semelhantes a Goiânia é composto  por Fortaleza (CE), São Luís (MA),Vila Velha (ES), Manaus (AM), Recife (PE), Natal (RN), João Pessoa (PB), Salvador (BA), Belém (PA), Aracaju (SE) e Maceió (AL). Entre estas cidades, Vitória tem os melhores resultados no IDEB EF I e EFII, nos índices de acesso de água, coleta de lixo e de esgoto, assim como em número de exames pré-natal. Mas fica atrás de outras cidades do grupo nos  conjunto dos indicadores analisados.

Para alcançar a liderança no seu grupo, Goiânia  precisa alcançar e/ou superar os indicadores das cidades similares. Na área de educação, por exemplo, gerar mais 4.954 matrículas nas creches e 5.230 matrículas na pré-escola. Na área de saúde, disponibilizar mais 149 equipes de saúde e, em saneamento, melhorar em 32,1% o tratamento do esgoto, entre outras conquistas.

“Concentrar a agenda da gestão somente no ajuste fiscal e em ações “de varejo” e de curto prazo é abrir mão de uma janela de oportunidade para inovar.  A escassez deve ser trabalhada não só como um problema, mas também como uma espécie de combustível para o novo, para a busca de formas alternativas de exercer uma boa gestão, mais eficiente e orientada para as efetivas necessidades dos cidadãos”, concluiu o diretor da Macroplan, Glaucio Neves.

O estudo contou com a parceria das seguintes instituições: MBC, Meu Município, COLAB e WEGOV.

Veja aqui a posição dos municípios no ranking geral, por área ou por grupos de cidades similares acessando o estudo completo em:  http://desafiosdosmunicipios.com.br 

{nomultithumb}

Altair Tavares

Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .