A Valec mudou as regras do jogo e decidiu que a fabricante Pangang Group, companhia chinesa que venceu o leilão para fornecer 95,4 mil toneladas de trilhos para a Norte-Sul.
A decisão é que a fábrica chinesa terá que montar um escritório próprio no Brasil, caso queira permanecer à frente dos contratos que vencer.
Em novembro do ano passado, a estatal declarou como vencedor do leilão de trilhos da ferrovia o consórcio Pietc/RMC, formado pela fabricante chinesa e um micro escritório localizado em Minas Gerais.
O RMC Participação, que entrou na operação apenas para viabilizar a participação dos chineses na disputa.
Criticada pelo fato de assinar um contrato de R$ 402 milhões com um escritório desconhecido, a Valec saiu em defesa da operação.
De acordo com a documentação apresentada – a empresa RMC (representante do consórcio) respondia apenas 5% da parceria, enquanto 95% pertenciam à Pietc (fabricante).
A Valec alegou na oportunidade de que não havia irregularidades e que, “durante o procedimento licitatório não foi levantada nenhuma questão pelos órgãos de controle, considerando que já foram atendidas todas as recomendações prévias”.
Agora, a estatal mudou de ideia. A estatal afirma que a primeira ordem de serviço para que os trilhos sejam fabricados pelos chineses só será dada no momento em que for montado efetivamente um escritório no Brasil.
A intenção é que se tenha uma conexão direta entre o fabricante e o adquirente. Essa nova exigência, afirma a Valec, tornará “a operação mais segura e sem intermediações que possam gerar atrasos nas relações comerciais”.
Além dos trilhos da Norte-Sul, os chineses também levaram dois lotes de barras de aço previstas para serem entregues em Ilhéus, para instalação na Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), na Bahia.