01 de setembro de 2024
Publicado em • atualizado em 04/09/2015 às 22:12

Estação Ferroviária de Goiânia completa 65 anos

Estação Ferroviária de Goiânia (Foto: Samuel Straioto)
Estação Ferroviária de Goiânia (Foto: Samuel Straioto)

Na próxima segunda-feira, a Estação Ferroviária de Goiânia completa 65 anos. O prédio foi inaugurado na mesma data em que todas as demais estações no trecho de 95 km entre Leopoldo de Bulhões e a capital, no dia 7 de setembro de 1950.

Na época teve uma inauguração, porém sem funcionamento de trens. O jornal O Popular fez uma crítica no dia 6 de setembro de 1950, véspera da entrega da obra. A publicação apontou que os serviços do ramal foram entregues, sem estarem concluídos.

Após a inauguração, a estação começou a receber trens de cargas e passageiros somente no ano de 1952. Nesta época administrava a antiga Estrada de Ferro Goyaz, o então capitão Mauro Borges Teixeira, que depois viria a ser governador de Goiás.

Na gestão de Mauro Borges, a administração da ferrovia foi transferida de Araguari (MG) para Goiânia. Uma ampla modernização também foi realizada em locomotivas naquela época.

A estação funcionou até os anos 1980, quando o pátio ferroviário de Goiânia foi levado para Senador Canedo, devido à construção da nova rodoviária da cidade e a continuidade da Avenida Goiás.

Locomotiva

A locomotiva n° 11 da Estrada de Ferro Goyaz se chama Ritinha. Originalmente ela foi levada para Anápolis e foi usada para trazer carregamentos de materiais durante a construção do ramal de Goiânia.

Ritinha

 

 

 

 

 

 

Erro em placa

No mês passado, a Prefeitura de Goiânia colocou uma placa em frente ao prédio da antiga estação. Na placa há uma informação de que o prédio foi inaugurado em 1952, quando na verdade foi em 1950, de acordo com o Guia Geral de Estradas de Ferro do Brasil, de 1960.

Placa estacao ferroviaria

 

 

 

 

 

 

  

 Reflexões

Aos 65 anos, o prédio construído no estilo Art Decó, com uma estrutura tão bela, encontra-se numa condição ruim. Pintura descascada na área externa, principalmente aos fundos. No prédio não há objetos que lembrassem a memória ferroviária da cidade.

A locomotiva está enferrujada. Usuários de drogas costumam esconder dentro dela. O mal cheiro é característico no local. A cobertura que deveria proteger a “Ritinha” do sol e da chuva está danificada.

A Prefeitura de Goiânia pretende restaurar o prédio com recursos do PAC Cidades Históricas. Tudo indica que a restauração do espaço não propiciará a preservação do que resta da memória ferroviária da cidade, o que na minha visão seria o pagamento de uma dívida do poder público com esta região da cidade, já que nos anos 80 o complexo ferroviário foi destruído, quase que na sua totalidade.

Estacao ferroviaria de Goiania anos 50

 

 

 

 

 

 

 

 

Fontes

STRAIOTO, Samuel Rodrigues. Memórias dos Trilhos. Livro-reportagem, 2010. 146.f – Curso de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo das Faculdades Alves Faria, Goiânia, 2010.

BORGES, Barsanufo Gomides. O despertar dos dormentes: estudo sobre a Estrada de Ferro de Goiás e seu papel nas transformações das estruturas regionais. Goiânia: CEGRAF/ UFG, 1990.

Guia Geral de Estradas de Ferro do Brasil, 1960.