01 de setembro de 2024
Publicado em • atualizado em 21/08/2013 às 20:27

Em debate, Faleiros ataca Dilma e PMDB

 

SECRETÁRIO DE SAÚDE DE GOIÂNIA DIZ QUE VAI CONTINUAR ATENDENDO TODO O INTERIOR

A polêmica entre o prefeito Paulo Garcia e o governador Marconi Perillo acerca do atendimento de saúde pública continua rendendo boas farpas. Agora, o litígio foi parar no colo dos dois secretários de saúde, os médicos Antônio Faleiros (Goiás) e Fernando Machado(Goiânia), que garantem manter uma relação republicana e respeitosa entre as duas pastas.

Ambos participaram hoje, de um debate na TV Serra Dourada (SBT) sobre de quem é a culpa pelo que chamam de crise na saúde pública. A emissora exibiu falas do prefeito Paulo Garcia reclamando da sobrecarga de Goiânia, que hoje atende Goiás inteiro e vários outros Estados.

Paulo reclamou que o governo estadual não investe nos municípios e que há um êxodo de pacientes em virtude da falta de polos regionais nas grandes cidades.

Faleiros rebateu dizendo que o governo do Estado tem investido muito e jogou a culpa no governo federal, que segundo ele, subfinancia a saúde. Ele fez duras críticas ao Ministérios da saúde e a outros governos antecessores no Estado. Se referiu claramente ao PMDB.

Faleiros fez questão de reiterar que mantém uma relação amistosa com Machado e nem mesmo fez a cobrança de suposta dívida que a Prefeitura teria com o Estado, no mesmo tom da semana passada. Mais ameno, disse que o assunto está a cargo da Procuradoria Geral do Estado (PGE) e que a dívida não é da gestão dos dois titulares.

Nos bastidores, dizem que Faleiros será candidato a deputado estadual, o que talvez explicaria a estratégia de pintar a saúde do Estado como um oásis e a do município como o inferno. Talvez por isso, o prefeito Paulo Garcia em seu desabafo utilizou tanto a frase de “separar o joio do trigo”.

Ainda distante da briga política, o secretário Fernando Machado disse que Goiânia vai continuar atendendo a todos que chegarem do interior. Ele lembrou que município já investe 28% de seu orçamento na saúde (primeiro quadrimestre) e que a solução para o problema é multiparitária: União, Estado e município. Mas lembrou que Goiânia já tem feito mais do que sua parte, atendendo sem pactuação pacientes de todos o cantos.

Ao que parece, Fernando Machado não quer fazer de Goiânia uma vítima, mas uma mãe que atende a todos e está sem condições de aumentar essa dedicação. Durante a semana, pipocaram matérias na imprensa mostrando que Goiânia tem cerca de 6 milhões de cadastrados no banco de dados da saúde. Destes, 4,5 mihões de pacientes se declaram goianienses.

Também veio à tona o número de cartões SUS: 1 milhão e 800 mil de acordo com dados do Ministério da Saúde. Todas as cifras acima do número de habitantes da capital. As vagas de UTI, são outra briga. Goiânia teria o triplo necessário para atender toda a sua população segundo o Ministério da Saúde.

A Prefeitura também aponta a exploração e profissionalização das Casas de Apoio, que agravam a migração de pacientes para a capital, que ao todo, atenderia mil municípios.

A polêmica da saúde entre município e Estado veio à tona na inauguração da primeira Unidade de Pronto Atendimento de Goiânia (UPA), no último dia 10. A nova unidade fez parte do anúncio de um programa de melhorias no setor, o Mais Trabalho, Mais Saúde. Foi logo após a apresentação do secretário Fernando Machado que o prefeito Paulo Garcia determinou: “nós é que vamos separar o joio do trigo”.

 

Altair Tavares

Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .