07 de agosto de 2024
Publicado em • atualizado em 29/02/2024 às 10:48

“Em algum momento cheguei às lágrimas” Amaury Menezes sobre trajetória em documentário bibliográfico

Amaury Menezes Foto: Divulgação
Amaury Menezes Foto: Divulgação

O pintor José Amaury de Menezes vai ter sua trajetória de vida retratada em um documentário que leva o seu nome, e será dirigido pelo diretor e roteirista Weber Santana. O evento de lançamento está previsto para o dia 2 de março no Cine São Joaquim, na cidade de Goiás, onde o artista mora há cerca de 4 anos.

Amaury é natural da cidade de Luziânia. Foi considerado um dos melhores pintores e desenhistas brasileiros. O make-off do filme foi gravado na cidade de Goiás, Goiânia e Bragança Paulista–SP. Aos 93 anos, Amaury se sentiu lisonjeado e orgulhoso do trabalho.“Em alguns momentos cheguei às lágrimas, me sinto envaidecido, muito orgulhoso, apesar de não me achar merecedor de tanto”. Declarou o artista.

Assinado pelo diretor e roteirista goiano Weber Santana, da Catira Filmes Produções, o documentário vai ter duração de 97 minutos e contou com o apoio da Lei Goyazes, pela Secretaria de Cultura do Governo de Goiás e patrocínio da Centro-Oeste Laticínios.

“No Estado, há pessoas com mais méritos que eu para uma obra dessa dimensão. Foi bastante emocionante reviver estes capítulos”. Amaury revela que ainda não assistiu à apresentação técnica de sua obra, por preferir aguardar a surpresa no dia do lançamento.

“Nunca pretendi mudar o mundo com minha pintura. Se eu souber que uma pessoa teve um momento de paz ao observar um trabalho meu, acho que valeu a pena ser pintor”. Enfatiza ao encerrar.

História

Entre 1968 e 1971, tornou-se diretor do curso de Arquitetura da Universidade Católica de Goiás(UCG). Retratando a arte goiana com representações de cenas urbanas e cotidianas, seu nome passou a circular na capital paulista, após participar de uma exposição no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, o Masp, em 1966.

Mas foi em 1970, que Amaury resolveu se dedicar à técnica em que mais se destacaria, a aquarela. Na época, Goiânia passava por um movimento artístico e cultural intenso. Amaury Menezes levou sua Exposição para o Congresso Nacional dos Intelectuais em 1954, foi um dos fundadores do Museu de Arte de Goiânia, onde uma das salas leva seu nome, e recebeu, em 1990, o famoso prêmio Prix Lucien Martial, concedido pela Societé Internacionale da Beaux Arts.

O roteirista Weber Santana já ganhou diversos prêmios no currículo na área de cinema e também de fotografia. E tornou-se bastante conhecido na área comercial e jornalística do Estado. De cinegrafista, passou a ser diretor de imagens da Organização Jaime Câmara (OJC). Seu próximo projeto já saiu da gaveta, intitulado “Por trás das Câmeras”, o filme narra a história dos bastidores ocultos das telenovelas e durante as produções, Weber aproveitou para realizar um sonho antigo, ao participar das gravações da novela Cara e Coragem, nos estúdios do projac da Rede Globo em São Paulo, como cinegrafista, filmando 8 capítulos da trama.

O fotógrafo fala que está realizando um sonho que nasceu há mais de 20 anos, quando, ainda, trabalhava na TV Anhanguera e fazia a cobertura das exposições dos quadros do Amaury. Eu gostava muito de apreciar e analisar aquelas pinturas, porque era muito parecido com o meu estilo de fazer fotos. E pensava: “um dia quero fazer um documentário do Sr.Amaury e hoje, depois de 20 anos de filmagens, o projeto foi aprovado pela lei Goyases e pronto para ser lançado”.

Santana resume o contexto do seu trabalho, dizendo que gravar o documentário foi algo muito especial para ele e destaca uma das cenas da obra, “ele (Amaury) é um baú de conhecimento e história. Foi muito emocionante gravar esse documentário bibliográfico. Uma das partes que chamou minha atenção é que ele recorda com detalhes do fundador de Goiânia, Pedro Ludovico, quando ele descia a cavalo para ir até sua residência e tomarem café juntos. Naquela época só existiam 100 casas na cidade e essa história ele me contou dentro da casa do finado Pedro Ludovico, que hoje se tornou museu.” finaliza

Helma Bessa

Jornalista formada pela Universidade UNIP