15 anos depois Lázaro Ramos, volta a dar vida a Roque em ‘Ó Pai, Ó 2’. O filme está previsto para chegar aos cinemas no dia 23 de novembro, no mês da Consciência Negra. O filme está sendo bem aguardado pelos fãs, mas divide internautas por questões políticas. O filme irá utilizar humor e música para abordar temas sociais e denúncias do cotidiano da população pobre e, em sua maioria, negra.
Filmado no Centro Histórico de Salvador e no bairro do Rio Vermelho, ‘Ó Paí, Ó 2’ vai apresentar novas aventuras dos personagens que marcaram o primeiro longa. Além de Dira Paes, Érico Brás, Luciana Souza, Tânia Tôko e Lyu Arisson, retornam à produção Rejane Maia, Jorge Washington, Cássia Valle, Edvana Carvalho, Vinícius Nascimento, entre outros.
Nesta segunda-feira (14) o elenco juntamente com produtores e roteiristas se reuniram em uma coletiva de imprensa para antecipar as expectativas sobre o lançamento. Em conversa eles afirmam que estão mais unidos do que nunca. “Acho que uma das coisas mais importantes dessa volta, desse filme, é mostrar a força que juntos temos, a força que podemos realizar juntos. O recado é que, juntos, as pessoas podem morar nas suas condições mais precárias, mas a força está na coletividade”, disse a atriz Cássia Vale.
Os atores afirmam que o filme é gravado na comunidade, e que o roteiro se nutre dessa interação para a sua continuidade. “Albino Apolinário, que é um morador, dono de bar do Pelourinho, um policial aposentado nos conta coisas incríveis da comunidade, são histórias incríveis. E que o roteirista, como um bom ouvinte, como um bom escritor, foi lá e captou muitas coisas e jogou”, conta Jorge Washington. Ele relata que durante os 15 anos muitas outras histórias também foram colhidas com a conexão ator e fã.
Nova geração
A passagem do tempo é vista nos filhos dos moradores do cortiço – bebês e crianças no filme de 2007, agora adolescentes e jovens adultos. Entre eles Salvador (João Pedro), filho de Roque; Michelangelo (Pedro Amorim) e Reginho (Thiago Marinho), filhos de Maria (Valdinéia Soriano) e Reginaldo (Érico Brás); Gisele (Ariele Pétala), filha de Yolanda (Lyu Arisson) e Neuzão (Tânia Tôko).
“Isso é lindo, é uma coisa que parece que não houve um hiato entre ‘Ó Pai Ó 1’ e ‘Ó Pai Ó 2’. E isso eu senti também quando eu cheguei lá, quando a nova geração sabia quem eu era, sabia da minha personagem. E a conexão com os jovens, olhando como a gente planta a semente e a gente colhe depois. Eles são a nossa colheita. Eu acho que esse bando já pode se orgulhar de ter feito várias colheitas”, finaliza.
“A gente realmente se encanta com os mais novos, assim como eles se encantam com a gente. No elenco , a gente tem uma turma super jovem, e eu tive o prazer de fazer preparação desse elenco mais jovem, que foi incrível. Esse encontro é o que fortalece esse grupo. Assim como esse encontro em ‘Ó Pai Ó’, fortalece também a dramaturgia”, finaliza a atriz Valdinéia Soriano.
Sinopse
Mais de quinze anos se passaram entre os dois filmes. Agora, Roque (Lázaro Ramos) está prestes a lançar sua primeira música e acredita que vai se tornar um artista de sucesso. Em tratamento psicológico desde o assassinato de seus filhos, Dona Joana (Luciana Souza) volta a aprontar no prédio, mas há quem ache que ela é quem está certa. Já Neuzão (Tânia Toko), perde seu bar para uma turma de caráter duvidoso, causando uma comoção geral. Enquanto isso, os jovens da segunda geração dominam a tecnologia e lutam pela causa negra com atitude regada à música e poesia.
Elysia Cardoso
Jornalista formada pela Uni Araguaia em 2019