Devíamos aproveitar que ninguém está pensando Goiânia pra pensar Goiânia antes que as eleições comecem. O vácuo político no Estado, com novos grupos políticos em formação, resulta inevitavelmente em deserto de ideias e propostas para a construção da cidade daqui pra frente.
Iris Rezende tinha uma visão clara de cidade e, em quatro mandatos, desde a década de sessenta, tratou de colocá-la em prática. Preservou as nascentes na região norte, para não faltar água, evitou a industrialização desenfreada. Até continuou obras iniciadas por antecessores, mas do seu jeito. E agora? Pra onde apontar o futuro da capital goiana?
Nas últimas eleições, tivemos propostas variadas, mas que não passaram de propostas de campanha, pra ganhar ou perder eleição. E se não agirmos rápido, novamente vão ganhar as propostas de ocasião apresentadas por candidatos qualificados apenas por representarem uma ficção eleitoral. Aí serão mais quatro anos de agonia.
Universidades, institutos, organismos empresariais, entidades representativas da sociedade, todos são responsáveis por Goiânia. E se ela não vai bem, é hora de assumirem sua (ir)responsabilidade. Não adianta culpar os políticos. Afinal, eles não chegam lá sozinhos. São eleitos.
Vassil Oliveira
Jornalista. Escritor. Consultor político e de comunicação. Foi diretor de Redação na Tribuna do Planalto, editor de política em O Popular, apresentador e comentarista na Rádio Sagres 730 e presidente da agência Brasil Central (ABC), do governo de Goiás. Comandou a Comunicação de Goiânia (GO) e de Campo Grande (MS).